Valeu, Brocador!

Muitos viram ídolos por serem craques, artistas da bola e acabam arrebatando fãs por conta de jogadas inesquecíveis e o mais puro talento. Contudo, no Flamengo existe uma outra categoria de ídolo. Aquele que se entrega, doa-se de corpo e alma e passa a ser a representação da própria torcida em campo.

Vendo a história recente do Fla, temos alguns exemplos que se encaixam nesse segundo grupo. Começando com Fio Maravilha, jogador de pouca habilidade com a bola, mas com uma entrega e carisma que acabaram por contagiar a Magnética e alçá-lo ao posto de ídolo da Nação.

Como falar de carisma e não citar Obina? O Anjo Negro da Gávea foi responsável por momentos inesquecíveis jogando com a camisa Rubro-Negra (quem não se lembra do gol na final da Copa do Brasil contra o Vasco ou mesmo o gol contra o Paraná que decretou a permanência do Mengão na série A?).

Podemos citar ainda Gaúcho, artilheiro dos anos 90 e um dos responsáveis pela campanha vitoriosa do penta brasileiro, em 1992.

Nesse panteão podemos encaixar Hernane, o Brocador. Vindo do interior de São Paulo, passou dois anos jogando pelo Mais Querido e definitivamente entrou para a história do clube. Disputou 87 jogos e marcou nada menos que 45 gols, sendo inclusive o artilheiro do Brasil em 2013.

Tive a oportunidade de acompanhar a campanha vitoriosa da Copa do Brasil do ano passado, na qual ele foi o artilheiro e um dos destaques da competição. Quando tinha o seu nome anunciado pelo telão, em pleno Maracanã, o frisson era grande e Brocador sempre era saudado com música especial.

Hoje chegou o dia de dizer adeus! Negociado com o futebol árabe, o artilheiro se emocionou e disse se tratar de um ‘até logo’! Então nos resta dizer esse até logo, cheio de agradecimentos.

Brocador, tenha a certeza de que você estará na história do clube. Pode não ter sido o mais fantástico jogador, mas a Nação reconhece aquele que encarna o verdadeiro espírito rubro negro e faz por merecer e honrar as cores do Manto.

“… Nos meus dois anos, eu me entreguei de corpo e alma. Aprendi a gostar do clube, pensava muito no grupo e as coisas aconteciam comigo por isso. Corria atrás, roubava bolas, marcava e ela sobrava para eu fazer os gols.”

Fonte: Falando de Flamengo

Coluna do Flamengo

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