Na semana em que o Flamengo completou 100 rodadas longe do G-4, o time encara o Bahia, neste domingo, às 16h, atrás dos três pontos que podem deixá-lo mais próximo de acabar com este tabu e recuperar a identidade vencedora dentro de campo. Fora dele, a luta do clube também é para preservar sua imagem, mas contra adversário bem mais difícil: a pirataria.
Desde maio de 2013, um escritório especializado em propriedade intelectual contratado pelo clube tem investigado e combatido lojas e fábricas que utilizam a marca Flamengo sem a autorização do clube. Neste período, 40.037 produtos foram apreendidos.
O trabalho consiste em investigar onde há comércio ilegal de produtos ligados ao Flamengo e traçar o caminho até a fonte: os fabricantes. Até agora, 150 lojas já foram autuadas e oito fábricas fechadas. Para não serem proibidos de voltar a atuar com comércio, eles têm que pagar indenizações. É com este dinheiro que o clube custeia os serviços do escritório.
— É como o combate ao tráfico de drogas. Não adianta só irmos atrás do vendedor, temos que combater também a fábrica — explica o diretor jurídico do clube, Bernardo Accioly.
No total, foram feitas 74 operações com o apoio da polícia em nove estados brasileiros e no distrito federal. Além de lojas e fábricas, os advogados ainda fizeram incursões em shoppings populares e em estádios onde o time jogou.
O licenciamento de produtos representa uma receita ainda pouco explorada, mas com grande potencial. Atualmente, há mais de mil produtos licenciados pelo Flamengo, desde camisas a preservativos. Ainda assim, o clube estima que cinco milhões são vendidos por ano de maneira ilegal, o que mostra que o combate atual ainda engatinha na tentativa de acabar com a pirataria. Em cifras, isso significa que o Rubro-negro deixa de arrecadar em torno de R$ 10 milhões anuais, dinheiro que ajudaria a pagar o salário de um jogador de renome para a equipe.
— Não é que a gente não queira a venda de produtos. Mas que ela ocorra dentro da lei, com a autorização do clube. E com arrecadação para o Flamengo — complementa o diretor jurídico.
Fonte: Extra Globo