A torcida do Flamengo foi convocada e fez sua parte. Nos últimos cinco jogos, atraída por um preço reduzido e pelo propósito de tirar o time de uma crise que chegou a deixar o time na lanterna da série A, empurrou a equipe do técnico Vanderlei Luxemburgo e deu boa contribuição na arrancada que impediu uma eliminação na Copa do Brasil e deixou o time na metade de cima da tabela do Brasileiro. A lua de mel, no entanto, foi rompida na última segunda-feira. Tudo porque a diretoria empurrou para os fãs das arquibancadas uma conta cada vez mais difícil de fechar em jogos no Maracanã.
A cúpula do clube decidiu acabar com os preços promocionais e retomar os elevados valores de entradas das partidas no estádio para minimizar um prejuízo que já soma mais de R$ 3 milhões na metade da competição.
Apesar da boa arrecadação líquida de R$ 2,4 milhões nos jogos em casa, o Flamengo deixou de ganhar exatos R$ 3.348.165,74 – alugueis de estádio e despesas operacionais extras que precisa pagar nos jogos.
A torcida, claro, não gostou do novo aumento de preços e reclamou bastante nas redes sociais. Mas a diretoria tentou se defender e justificar a retomada de tal política na última segunda-feira.
Segundo o departamento de comunicação do clube, é inviável manter preços promocionais durante todo o campeonato com o modelo adotado no Maracanã.
No último sábado, por exemplo, 51.858 torcedores pagantes geraram uma renda bruta de R$ 1.756.965,00 no jogo contra o Grêmio. Mas apenas R$ 607 mil foram para os cofres do Flamengo. Segundo cálculos do clube, em uma arena particular, esse montante líquido poderia bater a casa de R$ 1,3 milhão.
Sem um estádio próprio, o clube se vê de mãos atadas e não consegue achar outra saída que não seja a de recuperar tamanho rombo em ingressos mais caros.
A diretoria se defendeu mais uma vez dizendo que os aumentos que variam de 25 a 50% não são tão altos e que os preços promocionais podem voltar em breve. Para que isso ocorra, o clube entende que precisa ter uma renda líquida maior que os gastos operacionais, o que não vinha acontecendo.
Fonte: UOL