Não é de hoje que percorremos estádios visando analisar experiências – boas ou ruins – que envolvem a ida a partidas de futebol. Desde situações desagradáveis, como a inauguração do Estádio Nacional de Brasília passando pela grata surpresa do Novo Maracanã – ainda nos idos de 2013 – até experiências internacionais, como no caso da Euro 2012 (Ucrânia e Polônia). Faltava, contudo, aquilo que se convenciona por experiência prime, principalmente nestes sofisticados (e encarecidos) tempos de novas arenas. Ela aconteceu domingo, no próprio Maracanã, por meio de convite do Consórcio Maracanã ao Blog Teoria dos Jogos.
Segundo o próprio site do Consórcio, a experiência VIP no estádio – denominada Maracanã Mais – pode se dar de duas formas: camarotes ou cadeiras. Ambos contemplam entradas exclusivas, ambientes climatizados e serviço de alimentação (bufê), sendo que os camarotes ainda possuem living exclusivo, varanda externa com cadeiras próprias e estacionamento privativo:
Outra diferença é que os camarotes só podem ser acessados por convidados, pessoas ou empresas que adquirirem uma unidade. Já as cadeiras do espaço Maracanã Mais são comercializadas jogo a jogo. Numa prova de que o conforto tem potencial de cativar o público carioca, todos os lugares – comercializados a R$ 180 – se esgotaram um dia antes do Fla x Flu de domingo passado. Segundo o borderô, os 967 assentos Maracanã Mais (2,5% do público pagante) proporcionaram R$ 149.400,00 – 9,5% da renda do clássico.
Voltando aos camarotes: suas capacidades variam de 13 a 39 pessoas, com comercialização feita por temporada. Em 2014, apenas 30 dos 80 disponíveis foram vendidos, sendo que os menores podem ser adquiridos por R$ 135 mil. As empresas que adquirirem podem utilizá-los fora do horário dos jogos para reuniões corporativas (limite de dez datas). Possuem, ainda, prioridade na compra de ingressos para shows e eventos que ocorrerem no estádio.
Particularmente, a experiência foi excepcional. Tudo o que possivelmente destoe – como certa ineficiência no serviço do metrô ou a inexistência de bebidas alcoólicas – não tem relação com a operação do estádio. Como sugestão, talvez um restaurante que funcionasse em dias sem jogos igualaria a experiência frente ao que se verifica internacionalmente. O comércio de produtos oficiais e souvernirs também se mostra aquém das possibilidades.
Internamente, todo os acessos fazem lembrar um shopping center, com corredores amplos e elevadores espaçosos. Atendentes sorridentes e prestativas encaminham cada “hóspede” ao seu devido espaço. O serviço de bufê é generoso e diversificado, oferecendo desde castanhas e cachorros-quentes a canapés e refeições completas (no dia, lasanha). Os banheiros privativos são da melhor qualidade e espetaculares cadeiras acolchoadas proporcionam a melhor vista do estádio. Mas talvez o que mais tenha impressionado seja a acústica do local, que maximiza o cântico das organizadas e dá o tom perfeito à torcida em vantagem numérica – naquele caso, a do Flamengo.
Em meio um sem-número de atletas e celebridades – todos interagindo com naturalidade – aquela tarde de domingo ficará guardada na memória. Como entusiasta das novas arenas – em oposição a tantos puristas – pude vivenciar uma operação que funcionou em sua plenitude, proporcionando tudo de melhor aos que tiveram a felicidade de estar presentes. O Blog Teoria dos Jogos agradece ao Consórcio Maracanã e à CDN Comunicação Corporativa pela gentileza do convite.
Fonte: Teoria dos Jogos