Não vou dizer que tenho dificuldade em entender a cabeça dos dirigentes do futebol brasileiro porque na verdade em muitos casos até chego a duvidar que exista uma cabeça por trás de certas situações. Pois quando se baixa o preço para pedir socorro a uma torcida, é um passo atrás necessário, estabelecendo uma relação entre time/torcida de confiança, cumplicidade, quase que um pacto de amor que finge negar os interesses capitalistas da coisa toda.
Tanto faz. Desde que o torcedor sinta-se prestigiado e valorizado, o clube tem alvará pra fazer o que quiser com a real intenção que achar necessário. Entra dirigente, sai dirigente e ninguém nesta porra de esporte consegue tratar torcedor de futebol como um caso diferente de um consumidor de geladeira nas casas Bahia. Talvez por serem dirigentes competentes de Casas Bahia, ou talvez por não haver faculdade pra administrar paixão. Mas santo Deus! Por 10 reais? Começa que o preço é 50. O papo de 25 estudante é CONDIÇÃO e não preço. O ST, idem. Custa 5 vezes mais o valor do ingresso do vice líder com Kaká, Pato, Ganso. Custa 25% mais do que custou enquanto o time pediu socorro e teve de sua torcida, recebendo um apoio que não merecia, virando jogos que não poderia. O recado com um aumento desses não é se vale 40 ou 50, isso na real pouco importa. O que de fato me preocupa é como se sente o cara que ajudou sabendo que se piorar, cai de novo pra que ele vá ao estádio. Vocês sabem, eles também. Ninguém reduziu por considerar o evento desvalorizado. Foi pra te pedir socorro. E agora vivo, sem respirar por aparelhos, você não é mais parceiro e sim consumidor. Não adianta entender de futebol sem entender o futebol. Fonte: Blog do Rica Perrone