Toda vez que o Flamengo joga com o Florminense pelo Brasileiro uma lágrima sofrida escorre pela face da estátua da Justiça do Alfredo Ceschiatti que fica sentada lá na frente do Supremo Tribunal Federal. Porque a mera realização do charmoso clássico interdivisional, no âmbito do Campeonato Brasileiro, é uma afronta ao conceito abstrato que se refere a um estado ideal de interação social em que há um equilíbrio razoável e imparcial entre os interesses, riquezas e oportunidades entre as pessoas envolvidas em determinado grupo social, ao qual chamamos de Justiça. Que se aplica através da Lei, a norma ou conjunto de normas jurídicas criadas através dos processos próprios do ato normativo e estabelecidas pelas autoridades competentes.
Segundo a lei dos homens, o jogo que deveria ter sido realizado pela 23a rodada do Brasileiro era o Flamengo x Portuguesa. Mas, sabe lá por qual motivo, a lei dos homens não se aplica aos tricolores de Laranjópolis. Não satisfeitos em roubar a Portuguesa, os réprobos florminensistas também ocultaram o corpo da bigodinha, o soterrando sob as toneladas de papel utilizadas para justificar o injustificável por meio de chicanas de porta de cadeia, hermenêutica distorcida e advocacia de má fé que os mantiveram na Série A na base de golpes de caneta e Tapetão ao arrepio da moralidade.
Ora, meus amigos, diante de tanta desfaçatez, de tamanho desprezo ao que é justo e bom, todas as iniquidades cometidas pelo nosso adversário esquisitão no gramado tornam-se insignificantes. E daí que o outrora bom jogador Conca tenha se tornado um jogador desleal, violento e sem o menor remorso em atingir covardemente seus colegas de profissão, protegido pela impunidade e pela tibieza de uma arbitragem débil e pusilânime? Isso é mixaria. Assim como é mixaria o empurrão que o ex-centroavante em atividade das Flores teve que dar em Chicão antes de consignar o gol ilegal das moças.
Meus amigos, quando falamos das ilegalidades do Florminense não devemos focar no varejo e sim no atacado. A impunidade tricolor revolta às pessoas de bem. A sua permanência na Série A joga por terra qualquer credibilidade que o certame pudesse vir a ter. O Flor esculhambou com o futebol brasileiro. E de tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto.
Esse é o legado que o Florminense oferece à sociedade, o descrédito e o desprezo às instituições e aos valores que nos são mais caros. É por isso que o Florminense é conhecido, até internacionalmente, como a Vergonha do Brasil. E tal título oficioso, que precede em muito o mico da Frederica na Copa do Mundo, é o único que elas realmente fizeram por merecer.
Quando o Flamengo não vence o Flor, como ontem no Maraca, a estátua do Ceschiatti também verte uma lágrima. Mas não é lágrima de tristeza ou raiva. A Justiça de granito chora pelo desperdício da chance de punir os patifes tetrarebaixados mais uma vez. Mas a Justiça não desiste e tem convicção que o dia das moças vai chegar. Detesto contrariar aos mais velhos, mas a Justiça tá marcando bobeira nesse caso. O Florminese só vai pagar sua dívida com a sociedade no dia em que a Série B virar boquete.
Fonte: Urublog