Um domingo diferente.

Domingo, quatro horas, Fla x Flu no Maracanã, pelo Campeonato Brasileiro. Mais um domingo de jogo que, apesar de ser um clássico, seria rotineiro para mim. Mas esse foi diferente, foi especial. Tive a oportunidade de, pela primeira vez na vida, levar minha mãe ao Maracanã.

Tudo bem que, quando eu era pequeno, minha mãe me levou ao meu primeiro jogo do Mengão, em 1986, final do Estadual contra nossos fregueses vascaínos. Entrei em campo com o time, na ocasião. Vi o Flamengo ser campeão. Mas nunca mais minha mãe tinha ido comigo.

Outro detalhe é que minha mãe é tricolor. Dona Regina é daquelas que torcem de verdade. Além do mais, defende o Fred até debaixo d´água. Mas não pare de ler agora, por conta desses pequenos defeitos dela. Espere até saber como foi assistir ao jogo do seu lado.

Fomos de Leste, por conta da torcida mista. Logo aí, veio a primeira demonstração de respeito por parte dela. Ao chegarmos aos nossos assentos, ela reclamou em meu ouvido: “Você falou que seria na torcida mista e aqui só tem flamenguista!” Imaginem a minha satisfação ao explicar que a torcida rubro-negra simplesmente engoliu a tricolor na tarde de ontem. Só consegui provar que ali também tinha tricolor ao avistar um exemplar com aquela camisa abóbora pouco discreta, a algumas fileiras de distância.

Pouco depois sai o nosso gol. O Maracanã explode. Obviamente, minha mãe permaneceu sentada, com cara de poucos amigos. Dei um beijo em seu rosto, meio que tentando consolá-la. A todo momento, eu apontava para a torcida no Norte, tentando indicar a pilastra 51, e falava pra ela: “Olha que lindo, mãe. Eu fico naquela pilastra lá!”

Ela acenava com a cabeça, com vergonha de admitir que nossa torcida dava um show.

Mas, depois de um empurrãozinho na nossa defesa, Fred marcou para o Flu. Minha mãe se levantou, vibrando e gritando “Nense”. Com ela, meia-dúzia de gatos pingados. Confesso que fiquei meio envergonhado, afinal, era minha mãe. Eu não podia nem falar mal dela.

Até o fim do primeiro tempo, pouca coisa mudou. Mas no intervalo, ela tentou gritar “Nense” mais algumas vezes. Sozinha, claro. Outro recado no meu ouvido: “Tenho vontade de dar umas sacudidas nesses tricolores. Ninguém canta. Por isso que vocês, rubro-negros, têm essa soberba.” Mais um recibo. Mais uma confissão do banho rubro-negro nas arquibancadas.

O segundo tempo começou e terminou de maneira morna, com poucas oportunidades de gols para cada lado. Mas na saída, ao provocá-la dizendo que o Flamengo foi melhor e que o Fluminense tinha dado sorte de não perder, veio o reconhecimento final. Ela disse: “O jogo foi igual. E vocês deveriam ter ganhado, pois a torcida foi toda de vocês. Aí sim, pra torcida do Flamengo, eu tiro o chapéu.”

Não vencemos, mas ouvir aquelas palavras, de uma rival tão especial pra mim, foi a maior vitória do meu domingo. Obrigado mãe, por eu ser rubro-negro!

Fonte: Falando de Flamengo

Coluna do Flamengo

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