Sérgio Bessa é um observador apaixonado do futebol e sua lucidez torna os comentários que me envia, por e-mail, muito interessantes. Eis o último:
“Olá Renato, ainda sob os efeitos da bela vitória sobre o Atlético Mineiro, passo a você os dados de um levantamento feito por um competente amigo (Benny Kessel) sobre a arrecadação do Consórcio Maracanã, e sobre quem são os maiores geradores de receitas para ele.
Os dados foram tirados de fonte pública, o Boletim Financeiro da CBF, e consideram os jogos realizados em competições nacionais, tirando da base o combalido Campeonato Carioca que não serve nem para fazermos análises. Abaixo, um resumo.
“Número de jogos realizados no estádio: 90
Fluminense — 31 jogos — 34% do total
Botafogo — 31 jogos — 34% do total
Flamengo — 28 jogos — 32% do total
Total arrecadado pelo Consórcio, (não é a renda, é somente a parte que o Consórcio levou):
Jogos de Fluminense e Botafogo: R$ 8.235 milhões (32% do total)
Jogos do Flamengo: R$ 17.510 milhões (68%).
Apesar disto, temos as Demonstrações Contábeis do Consórcio Maracanã Entretenimento S/A, apresentando um prejuízo superior a R$ 48 milhões em 2013, clareando toda a incompetência e falta de experiência em administrar um estádio, ao contrário do que foi divulgado na época da licitação.
Incompetência que explica também o fato de menos de 30% dos camarotes terem sido comercializados após mais de um ano de operação.
Entre outros dados “estranhos”, os números apontam gastos superiores a R$ 10 milhões com “Serviços de Segurança”, apenas nos últimos seis meses do ano de 2013, apesar de perdermos quase 10 mil lugares em cada jogo decisivo com times de outros estados, como ocorreu ontem.
Além da incompetência, o que transparece é o descaso na operação de um complexo esportivo que custou mais de R$ 1 bilhão aos cofres públicos.
E o trem pagador rubro negro continua bancando este quadro, ou outras coisas mais. Isto lembra aquele tipo de parceria que escutamos nas rodas de amigos, lembrando o nome de uma antiga cerveja”.
Fonte: Blog do Renato Maurício Prado