A coluna de hoje trata de um tema extremamente polêmico: o programa de sócio-torcedor do Clube de Regatas do Flamengo. Tenho certeza que minha opinião é contrária a dos “baluartes” das redes sociais e de muitos rubro-negros, mas como o Falando de Flamengo cometeu a loucura de me dar esse espaço, não posso ficar calado. sócio-torcedor
O tema é até um pouco batido, mas o debate em cima do mesmo se faz necessário frente às novidades que o programa apresenta e, principalmente, frente às recentes juras de amor que a torcida tem declamado ao abraçar um time que não briga por praticamente nada no campeonato. Afinal de contas, esgotar 43 mil ingressos em 12 horas não é para qualquer um, assim como a incrível média de mais de 40 mil presentes nos últimos jogos do clube.
É justamente a respeito do parágrafo acima que se cria minha grande dúvida: Por que a torcida, tão apaixonada e presente, tão numerosa e bem distribuída por todo o Brasil, não abraça de vez o Programa NRN (Nação Rubro-Negra)?
No momento de sua criação, lembro do nosso vice de marketing explicando o programa, explanando tratar-se de um primeiro momento, onde o torcedor deveria ser compreensivo em seu papel quase de doador, devido à necessidade atual do Flamengo. Eu, particularmente, não esperava muitos benefícios: queria comprar meu ingresso com prioridade e sem filas. Isso o programa atendia. Mas entendia as reclamações: o plano era consideravelmente salgado e não apresentava benefícios além do Futebol Melhor. Além disso, como ficavam os rubro-negros de fora do Rio? Resultado: O programa só engrenou com a chegada das finais da Copa do Brasil, onde atingimos o ápice de sócios: 65.000 sócio-torcedores.
Depois de um ano e meio de programa, muitas coisas se modificaram no NRN. Um plano mais barato foi criado, inúmeras promoções estão acontecendo, entre elas estão o Match Day, torcedores mirins, descontos diretos em algumas lojas, distribuição de Mantos Sagrados e promoções pontuais em alguns meses do ano. Em algumas praças que o Flamengo visita, os sócios-torcedores da região recebem ingressos gratuitamente. E a cada dia novos benefícios vão surgindo. Se compararmos o programa com os outros dos clubes brasileiros, talvez a única diferença seja a possibilidade de ingressos gratuitos nos jogos em casa. Mas o rubro-negro sabe que essa benesse é impossível, pois a “casa” do Flamengo é alugada pelos olhos da cara.
A verdade é que não se modificou a visão negativa dos torcedores rubro-negros. Tanto que o número de sócios parece estagnado na faixa de 56.000. E aí cabem os meus questionamentos: Como a maior torcida do mundo permite que o clube não tenha o maior número de sócios, se comparada aos outros clubes do Brasil? Como uma torcida tão apaixonada não enxerga no programa a possibilidade de tornar o clube cada vez mais forte?
Custo a acreditar que 0,25% da torcida não possa pagar R$ 29,90 por mês. Se isso acontecesse, teríamos 100.000 adesões. Sinceramente, em minha opinião, ainda é pouco para o tamanho do nosso clube. Mas nos levaria para as primeiras posições do ranking dos programas.
Vou além: tem muito rubro-negro que pegou implicância com o projeto e não consegue enxergar nenhuma melhora. Para esses, um recado: acreditem, as melhores existem. Talvez não na velocidade que vocês queiram, talvez não atendendo exatamente o que vocês desejam. Mas essa evolução é um processo. O que deveria bastar era saber que esse processo não está parado. Esse processo caminha, evolui.
E assim como esse processo evolui, deveriam evoluir nossas adesões. Talvez, também, não na velocidade que eu queira, mas evoluir sempre. Sempre sonhamos com o programa de sócio-torcedor. Ele existe e está nos chamando. Que tal atendermos a esse chamado?
Fonte: Falando de Flamengo