Em uma terra muito, muito longe daqui, havia o Reino dos Smurfs. Umas criaturinhas azuis que se achavam conhecedoras profundas do verde. E até entendiam mesmo. O único problema é que os Smurfs achavam que tons de verde eram sempre iguais. Perdidos em seus devaneios, julgavam que entender do cultivo do verde das notas de dinheiro, os dava o dom de planejar o cultivo de uma colheita farta de bons frutos quando se tratava do verde dos gramados que procuravam compreender, terra de peculiaridades não sabidas pelos adoráveis azuis.
Aeeeeeeee… Começo estiloso de crônica pra prender sua atenção. O Senhor fala através de parábolas.
Tirante o estilo e babaquice explícitas, que o Tio não vive sem as duas coisas, venho tratar hoje da prova real e definitiva de que a tal ‘confusão’ vai cada vez mais fazendo parte do passado e dos sonhos da arcoirisada, para um outro ano qualquer. Até a imprensa já mudou de assunto.
Se até alguns dias atrás ainda se falava em quantos pontos faltavam para o Flamengo, enfim, esquecer os perigos do Z4, já se voltou a falar em borderô e ticket médio, os dois amuletos-muletas favoritos da nossa azulada diretoria. E falando nisso, os tais Mandos de Campo na Casa do Caralho já voltaram à baila com toda força.
Até que pelas previsões iniciais sobre que tipo de assunto seria o principal nesse período do ano, estamos batendo papo em um refrescante oásis.
Peraí… Vai embora não… O Tio não vai ladainhar reclamando da possível ida do Flamengo para Manaus, Cuiabá, Natal, ou sei lá mais onde os Smurfs vão inventar. Ainda que as datas próximas às (esperamos) Finais da Copa do Brasil, indiquem que os Off Rio desses lugares vão acabar ganhando um amistoso dos reservas dos reservas de presente.
Meu medo mora em 2015 e no dedo nervoso dos Smurfs, que trocam de planilha como quem troca de estádio.
Imagino o tamanho do desespero dessa gente na nossa memoravelmente esquecível fase pré-Copa. “Como pode isso? Nós somos gênios. Entendemos de tudo. Deveríamos estar na Champions League e não flertando com a Série B do Brasileirão”.
E tome de planilha de pontos necessários pra escapar. E clica e reclica nas planilhas dos matemáticos, esse povo nerd engraçadinho que se acha também muito entendedor do futebol e todos os seus caprichos.
Escapamos? Troca de tela. Esquece redução de preços. Toma de comparar ganhos e perdas, clica nos governos de qualquer canto, vamos botar esse time na estrada. Foda-se tudo. Perdemos muito tempo nos preocupando só com futebol nesse time de futebol.
Minha esperança: Luxa está e vai continuar regendo tudo sob a ótica do só vamos abrir mão da força do nosso palco e da nossa torcida na boa. Quando for sensato e sem riscos.
Meu receio: Não é nada disso. Os Smurfs vão achar que fizeram um planejamento desde o início para ganhar a Copa do Brasil outra vez… E vão abrir 2015 com as débeis escolhas de 2013, de enfrentar São Paulo, Grêmio e outros do mesmo porte no lugar que oferecer um saco de dinheiro mais pesado.
A gente sabe onde isso vai dar. Vai dar em mais um clique do mouse e o retorno às planilhas matemáticas de fuga de sei lá o que. E o Flamengo não nasceu pra ser presa, nasceu pra ser predador.
As vezes os Smurfs parecem usar seus computadores com o discernimento de uma criança de 4 anos que acaba de ganhar um brinquedo. Ainda bem que Tio Luxa ainda está lá… Pra ensinar como se brinca.
Aguardemos.
Fonte: Falando de Flamengo