Em tese, cinco dos sete primeiros colocados do Brasileiro estão com seus técnicos desde o início da competição.
Marcelo Oliveira (Cruzeiro), Muricy Ramalho (São Paulo), Cristóvão Borges (Fluminense), Abel Braga (Internacional-RS) e Mano Menezes (Corinthians) e sobreviveram aos altos e baixos de suas equipes.
Em tese.
Peço licença a vocês para incluir nessa lista o técnico Levir Culpi, que assumiu o Atlético-MG na segunda rodada, após a demissão de Paulo Autuori, treinador até o empate em 1 a 1 com o Corinthians, logo na estreia.
Então, podemos dizer que há mesmo nexo nessa história já surrada de que a continuidade no trabalho explica o bom desempenho das equipes, correto?
Nem sempre.
E estão aí o técnico Vagner Mancini, no Botafogo, e Ricardo Drubscky, no Goiás, para nos mostrar que em competições por pontos corridos o importante é mesmo a montagem de um elenco com boas opções.
Mancini e Drubscky estão no cargo desde o início mas, com um elenco limitado, oscilam em patamares diferentes…
EXEMPLOS.
É claro que, por muitas vezes, a troca pode, sim, melhorar o rendimento.
Felipão, por exemplo, fez isso com o Grêmio.
Assumiu na 15ª rodada, com o clube ocupando a 11ª colocação e com um aproveitamento de 1,35 pontos por jogo.
Hoje, menos de três meses depois, mais precisamente 17 rodadas mais tarde, ocupa o quinto lugar, com aproveitamento médio de 1,68 pontos por jogo e chances reais de ter a vaga no G-4.
Neste caso, parece ter prevalecido a empatia mútua entre Grêmio e Felipão. Situação parecida com a de Enderson Moreira que, demitido pelo Grêmio, assumiu o Santos na 19ª rodada, substituindo Osvaldo de Oliveira.
Comparando o histórico profissional dos dois, era de se imaginar ter sido um ato equivocado.
Pois nas mãos do novo treinador o time subiu de 1,27 pontos por jogo para 1,48 e acabou pulando do 12ª para o oitavo lugar. Aqui, parece ter falado mais alto a oxigenação no ambiente…
FLAMENGO.
Pois imaginem se a diretoria do Flamengo tivesse apostado em Vanderlei Luxemburgo quando resolveu demitir o técnico Jayme de Almeida?
Aposto que a transição não teria sido tão traumática e não duvido, inclusive, da possibilidade de os dois estarem trabalhando juntos na comissão.
Fonte: Blog do Gilmar Ferreira