Chapa Azul crê em continuidade e rebate acusações.

A Chapa Azul – Flamengo de Todos, representada por Benny Kessel e Dirceu Junior, concedeu um breve bate-papo a Coluna do Flamengo, e esclareceu dúvidas e acusações que envolvem a eleição do Corpo Transitório do Conselho Deliberativo do Clube da próxima semana. Confira!

Segundo Cacau Cotta, 99% dos sócios excluídos do Conselho Deliberativo do Clube eram da Chapa Azul. Já Rafael Strauch disse que 2/3 são da Chapa da Oposição. Afinal, quem está certo?

– Os números oficiais, que podem ser checados inclusive na secretaria dos conselhos são os seguintes: 72 de 120 (60%) dos conselheiros da chapa azul e 28 de 40 (70%) dos conselheiros da chapa amarela. 15 conselheiros da azul compraram o título de sócio-proprietário e migraram automaticamente para conselheiros natos

Bruno Gramlich: Qual a sensação de vocês em relação as eleições de fim de ano? Os sócios estão com os ‘Azuis’?

– Temos a convicção que os sócios votarão pela continuidade de um Flamengo sério, pagador de suas dívidas, cidadão, criando bases sólidas para votar a ser o protagonista que todos esperamos. Estamos recebendo diversas manifestações de apoio

Acham que essa votação para o Corpo Transitório do Conselho Deliberativo do Flamengo será uma prévia das Eleições de 2015?

– Essa eleição não tem a magnitude da eleição para o Conselho Diretor, principalmente porque os sócios não estão habituados com ela. Poderá servir sim, como um sinalizador mas não acreditamos que os resultados serão definitivos.

Roney Testa: Qual a estratégia para se reeleger: manter a austeridade financeira, quitando dívidas e com um time de futebol modesto, ou fortalecer a equipe e abrindo um pouco mais os cofres com intuito de disputar os principais títulos no ano que vem?

– Roney, essa é uma pergunta que deve ser direcionada para o Conselho Diretor. Mas conhecendo os que de lá participam, não acreditamos que se desviem do que vem pautando suas ações: austeridade, profissionalização do clube, compromisso orçamentário e manutenção das certidões negativas para manter a sustentabilidade dos esportes olímpicos.

Valci De Andrade: Como enxergam as atitudes da Oposição neste momento? E existe um trabalho especial para angariar novos sócios com direito a votos?

– A oposição vem se aproveitando do desconhecimento de alguns sócios e torcedores e usando mentiras, principalmente sobre o endividamento e não comprometimento dos sócios para tentar iludir o leitor quanto a algumas belas ações que estão sendo realizadas pelo atual conselho diretor. Sonhamos com uma oposição construtiva, que traga ideias. Não é o caso do Flamengo, infelizmente.

Ricardo Berger: Uma grande queixa do Sócio-Torcedor é não ter direito a voto nas eleições do Flamengo. Nos Clubes com maiores adesões (Inter e Grêmio) os sócio-torcedores tem direito a voto. Por que não implantar também no Fla, uma vez que seria mais um atrativo para os sócios?

– O projeto Conte Comigo Flamengo, apoiado pelos grupos formadores da Chapa Azul, deixa uma abertura para que isso aconteça, enquanto o estatuto defendido por membros da Chapa Branca retira o direito de voto de quem hoje poderia votar para Presidente. Nós queremos a maior democratização do clube, eles querem o contrário.

Um dos apoiadores da Chapa Azul, o grupo SóFla, acusou Delair Dumbrosck de vazar informações e documentos para a imprensa. Vocês também exercem da mesma opinião?

– O SóFLA é um dos grupos formadores da Chapa Azul, assim como Ideologia Rubro-Negra, Sinergia Rubro-Negra e FAT (Flamengo Acima de Tudo). O SóFLA, assim como os demais grupos, respeita o Sr. Delair Dumbrosck como ex-presidente do clube e atual presidente do Conselho Deliberativo e sempre defenderá suas bandeiras e trabalhará pela aprovação do que entende ser o melhor para o Flamengo

Silvio Braz: São nítidas as constantes críticas de alguns veículos da imprensa à atual diretoria, o que acaba atingindo a imagem do Flamengo, além de propiciar um desgaste do conceito dos dirigentes do clube junto à opinião pública. Isso, na opinião de vocês, se deve as verdadeiras e isentas impressões que esses veículos/jornalistas tem da atual administração, as interferências de correntes políticas oposicionistas ou ao fato da diretoria não ceder aos “caprichos/exigências” não éticos de alguns profissionais da mídia?

– Sílvio, acredito que essa pergunta deva ser encaminhada ao conselho diretor. Os grupos que formam a chapa não possuem essa relação institucional com a mídia, mas trabalharão para que o Flamengo sempre apresente uma imagem positiva ao seu público, como por exemplo, o prêmio de transparência recebido no ano de 2013.

Eduardo El Khouri: Cacau Cotta afirmou que vocês estão trocando a dívida Pública do Flamengo pela Privada. Segundo ele, vocês pagaram R$ 90 milhões de dívidas neste ano, mas emprestaram R$ 68 milhões. Até que ponto isso é verdade? E qual a vantagem?

Existem várias mentiras nessa afirmativa. Os demonstrativos financeiros estão na página do Clube e a disposição de todos para consulta.

1 – O Flamengo não tem dívida pública, quem tem dívida pública é governo, o que já demonstra desconhecimento do assunto. O Flamengo tem sim, vários impostos não pagos ou apropriações indébitas que formam a dívida tributária do clube, que em dezembro de 2012 era de R$ 400 milhões de reais e já está em R$ 350 milhões.

2 – Em dezembro de 2012 a dívida tributária ou fiscal do Flamengo representava 51% do nosso passivo, em setembro de 2014, 52%, portanto não há mudança nessa composição.

3 – Qual seria a alternativa que a pessoa que fez essa afirmativa teria, não pagar os impostos, como aconteceu com a Timemania na gestão passada, que quase levou o Flamengo à exclusão do programa? Se o clube tiver a sorte do governo abrir um Refis, o clube estará sujeito à multa de 20%, Selic 11,5% e encargos legais de 20%, isto é, 51,5% de encargos, tendo que dar uma entrada de 20% para aderir ao refinanciamento. Esses percentuais são muito maiores do que os captados pelo Flamengo atualmente, 1,6% ao mês. Se não houver Refis o clube poderá ter suas receitas penhoradas, como vem acontecendo com alguns clubes como o Botafogo;

4 – O pagamento de impostos em dia e a consequente obtenção das Certidões Negativas propiciaram ao Clube a arrecadação, até agora, de R$ 61 milhões com patrocínios públicos e incentivos fiscais. Vai propiciar a reforma da piscina olímpica, investimentos no centro de treinamento e nos esportes olímpicos em geral, caminhando para sua auto-sustentabilidade;

5 – Os membros das gestões anteriores, inclusive o que fez essa afirmativa, deveria agradecer ao fato do Conselho Diretor atual estar priorizando o pagamento de impostos, evitando assim que aconteça o que aconteceu, por exemplo, com o Corinthians, onde o Ministério Público Federal abriu um processo contra um ex-presidente por crime de sonegação fiscal, lembrando que sonegação fiscal e apropriação indébita são crimes previstos no Código Penal com pena de reclusão.

Coluna do Flamengo

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