MARKETING
O clube tem muito a comemorar no que diz respeito às receitas de publicidade, que cresceram bastante nos 2 últimos anos. Porém, há também o que se preocupar. A recente saída da Peugeot e as dificuldades encontradas pelos rivais para atrair patrocinadores revelam um mercado em retração. Ressalta-se que a desistência da montadora francesa cria um cenário não previsto no orçamento (inclusive com possibilidade de recebimento de multa contratual e contratação de novo patrocinador).
O clube convive com a incerteza dos rumos do seu patrocinador master, a Caixa Econômica Federal, hoje o maior investidor em patrocínios de clubes de futebol, No primeiro governo Dilma, a Caixa passou por uma estratégia mercadológica agressiva, visando ampliar suas participações de mercado e nesse contexto fazia sentido aumentar sua exposição através desses patrocínios. Contudo, não há garantias de que essa estratégia será mantida pela CEF no próximo ano, o que suscita dúvidas acerca da renovação do patrocínio. Se o pior acontecer, talvez não seja tão simples encontrar um substituto confiável.
Quanto ao licenciamento, é preciso lembrar que o mercado brasileiro ainda é incipiente nesse item e há uma concorrência intensa e desleal da pirataria. Por mais que o cenário venha melhorando, é difícil imaginar um crescimento vigoroso desse item no curto prazo.
Como pode ser observado na tabela que está no início deste artigo, os contratos de patrocínio e publicidade foram os grandes responsáveis pela maior fatia do otimismo na previsão da receita, com um incremento de R$ 30,5MM ou quase metade do total.
A grande novidade do orçamento de 2015 é o peso dos recursos vindos de projetos incentivados. 63% da majoração no valor estimado para patrocínios são oriundos de incentivos e muitos deles sequer apareciam no orçamento de 2014 (slide acima).
Graças à sua regularidade fiscal, o clube será capaz de captar quase R$ 30 milhões no ano que vem (sem considerar o contrato com a Caixa também vinculado à CND). Em razão disso o panorama financeiro dos Esportes Olímpicos começa a mudar. Se antes eles eram em grande medida subsidiado pela arrecadação do futebol, começa a ficar claro que em pouco tempo o Flamengo poderá ser uma potência multiesportiva, qualificando-se a receber incentivos oficiais.
A quarta maior receita orçada para 2015 é oriunda de uma rubrica relativamente nova. O programa de Sócio Torcedor do clube cresceu de forma muito acelerada em 2013. Creditamos esse crescimento a uma forte demanda reprimida – uma massa de torcedores disposta a ajudar, mas que não vislumbrava alternativas confiáveis para receber seus aportes mensais – e ao sucesso desportivo na Copa do Brasil. O desempenho esportivo apenas mediano em 2014 (e muito ruim no período que vai do fim do Campeonato Carioca até a chegada de Vanderlei Luxemburgo) provocou uma retração no programa de Sócio Torcedor.
Nesse item o orçamento prevê um crescimento modesto, mas que ainda assim contrasta com o viés de queda que é a realidade atual. A previsão é de manutenção da base atual (na ordem dos 60 mil associados).
O custo do programa, onde prevemos pagar mais de R$ 9 milhões ao longo de 2015 ou uma média de R$ 13 por cada sócio por mês.
Em nossa opinião, ao contrário da Bilheteria (onde consideramos difícil atingir o alvo traçado), há espaço para alcançar o objetivo e, quem sabe, ir além. Em 2014, o clube não foi muito agressivo nas estratégias de marketing para buscar novos STs. Embora haja uma sobreposição de contribuintes, iniciativas como o Anjo da Guarda, Flamengo da Nação e o Fla em Dia revelam que ainda há espaço para seguir atraindo adeptos.
Naturalmente, esse crescimento pressupõe uma captação um tanto mais agressiva do que em 2014. E, sobretudo, passar a todos a noção de que o programa Nação Rubro Negra é, de longe, a melhor contribuição que um torcedor pode dar ao clube, a base sobre a qual será possível planejar um futuro mais auspicioso.
Fonte: Magia Rubro-Negra