Máquina do Esporte – O tabelamento do preço dos ingressos no Estadual do Rio de Janeiro não deverá melhorar a penúria de público e renda da competição. Pelo menos se o comportamento do torcedor seguir o que ocorreu em 2014.
Levantamento exclusivo da Máquina do Esporte mostra que, no Estadual do ano passado, dos 126 jogos disputados, apenas 21 (16,7%) foram lucrativos para as equipes. Mais do que isso, os jogos que registraram lucro tiveram, geralmente, ingressos com valores superiores àqueles estabelecidos pela Federação de Futebol do Rio.
Para 2015, a Ferj estipulou o preço máximo de R$ 50 para os ingressos. A medida, de acordo com a federação, visa estimular o aumento de público nos jogos. O problema é que, em 2014, os valores cobrados pelos clubes já eram próximos a esse.
Na maioria dos 105 jogos que registraram prejuízo, os valores do bilhete não ultrapassavam nem mesmo os R$ 20, ainda mais naqueles que envolvem os clubes de menor torcida.
Mais do que o valor do ingresso, o problema parece ser muito mais a presença dos clubes de menor torcida na competição do que realmente o valor cobrado pelo ingresso para os jogos.
Entre as 21 partidas lucrativas em 2014, todas envolviam pelo menos um dos quatro clubes grandes (Botafogo, Flamengo, Fluminense e Vasco).
Mais ainda, apenas a dupla Fla-Flu, que abriu guerra contra a Ferj, conseguiu ter lucro nos jogos contra equipes menores.
Outro que foi atacado pela federação, o estádio do Maracanã foi o grande responsável pela existência de jogos lucrativos no Rio em 2014. Apenas uma das 21 partidas que terminaram com saldo positivo não foi disputada no estádio da Copa.
O Eduardo Guinle, em Nova Friburgo, foi o palco de Friburguense x Flamengo em 29 de janeiro. Foi o único jogo que teve um clube pequeno como mandante e que deu lucro.
O jogo mais lucrativo foi a final Flamengo x Vasco. Com bilhetes entre R$ 25 e R$ 260, o jogo arrecadou R$ 2,8 milhões e teve um lucro de R$ 1,3 mi. O público foi de 49.139 pessoas.