A última rodada da 1ª fase da Copa São Paulo Júnior era amplamente favorável ao Flamengo, que só perderia o primeiro lugar se perdesse por goleada. Dessa forma, no segundo tempo do jogo anterior, Jackson e Léo Duarte se esforçaram para levar o 2° cartão amarelo que os suspenderia e assim entrariam zerados na próxima fase.
Diante do desfalque de um de seus volantes que fazia a saída da bola – em uma associação com o profissional seria a posição do Márcio Araújo – e diante da possibilidade de fazer testes, o treinador resolveu ousar na escalação e testar um sistema mais ofensivo pensando em situações no campeonato em que precise se lançar ao ataque. Com a bola se armavam em um 4-2-4 e sem a bola os atacantes Cafú e Marquinhos alinhavam com o meio e compunham um 4-4-2.
O time do Osasco formado pela categoria sub-17 por problemas de inscrição do sub-20, mesmo precisando golear para se classificar, jogou tentando fechar a marcação e dando atenção especial a Baggio, que tinha sempre dois em cima. A tática deles era segurar a pressão rubro-negra e sair no contra-ataque aproveitando os buracos na defesa.
Aliás, apesar de quase não ter havido chances reais de gol do Osasco durante o jogo, a defesa novamente pecou tanto na recomposição, quanto na marcação. As jogadas de mais perigo ainda contaram com erros bobos de passe de Jajá no meio de campo, com a defesa toda aberta atrás de si.
Cafú é voluntarioso, rápido e forte, mas marca mal tendo dificuldade até em cercar os jogadores adversários, Marquinhos sendo magro tem menos sucesso ainda na marcação, deixando a responsabilidade para Juan Felipe e Jajá, que precisa trabalhar muito, mas muito mesmo, para melhorar esse fundamento essencial para um volante.
Se na defesa o trabalho tem que ser intenso e ainda dá muita dor de cabeça a Zé Ricardo, o ataque está bem mais afinado, principalmente com Thiago Santos assumindo a titularidade no ataque. Além de ser veloz, Thiago tem habilidade para driblar e fez ótima dupla com Cafú pela direita, o que resultou em muitas chances de gol enquanto esteve em campo, porém ambos precisam treinar mais finalização a média, longa e curta distância, além de perderem o medo de chutar.
Com seu goleiro inspirado e contando com a falta de pontaria e o medo de chutar dos atacantes, que se livravam da bola dentro da área, o Osasco conseguiu a duras penas levar o 0 x 0 para o intervalo, o que para a equipe já era uma vitória.
A volta do intervalo não trouxe surpresas, apesar da expectativa de que Matheus Sávio entrasse logo no início do 2° tempo para dar alguma inteligência ao meio de campo e conseguir manter a posse da bola. O posicionamento e a disposição do time continuaram os mesmos, perderam mais um caminhão de gols, porém o cansaço de ambos os times começou a ficar evidente e Zé Ricardo mexeu.
Aos 15 minutos entrou Matheus Sávio no lugar do discreto Marquinhos e pouco depois Luã no lugar do cansado Thiago Santos. O time voltou a formação 4-3-3 utilizada nos jogos anteriores e, inegavelmente, melhorou. Jorge ficou mais participativo com Matheus Sávio e Cafú ao seu lado, já na direita Luã colocou correria para cima dos exaustos defensores do Osasco e o resultado foram cruzamentos melhores e algumas boas defesas de Matheus, goleiro adversário. No fim do jogo ainda houve a 3ª troca, saiu Baggio para a entrada de Felipe Vizeu, que subiu do juvenil no fim de 2014.
No finzinho do jogo, numa cobrança de falta ensaiada, Cafú aproveitou que a barreira abriu e marcou o gol que deu 100% de aproveitamento ao Flamengo na primeira fase com 9 pontos, 10 gols marcados e 1 sofrido. O Próximo adversário é o Taboão da Serra e ainda não há horário e dia definido pra estreia na fase de mata-mata.
Os pontos positivos da 1ª etapa foram a subida de produção de Jorge, Cafú e Thiago Santos (que lembra muito o jeito de jogar do Paulinho), além do faro de gol de Baggio, cujo o problema continua sendo a fragilidade física (conseguia perder no corpo-a-corpo até para os sub-17 do Osasco).
Os pontos negativos continuam sendo a defesa como um todo e a pouca participação de Jajá, que apesar de alguns lances isolados de habilidade, se apresenta muito pouco pro jogo, tanto que seus companheiros Juan Felipe e Jackson acabam aparecendo mais tanto no desarme quanto na saída de bola, apesar de não terem a habilidade e qualidade de passe de Jajá.
Saudações Rubro-Negras
Fonte: Flamengo em Foco