Extra Globo – Ele não é o camisa 10 dos sonhos da torcida do Flamengo. E sabe disso. O que não quer dizer que não tenha ambição em vestir o número que já foi de Zico. Batizado em homenagem ao ídolo, o alagoano Arthur Maia, 22 anos, chamou a atenção nos treinos e amistosos da pré-temporada pela desenvoltura e por chamar a responsabilidade. Perguntado se gostaria de vestir a camisa 10, hoje vaga, o meio-campo não se escondeu:
— Sim, sim. Se falar que não, não estarei falando a verdade. A 10 é da minha posição. Agora, entendo a torcida do Flamengo. Pela grandeza do time, pelos ídolos que vestiram essa camisa, esperam um jogador com mais nome, mais rodagem, mas estou tranquilo e quero buscar meu espaço independentemente do número da camisa — disse ao Jogo Extra.
Fã de Messi, Arthur chegou a ter um gol pelo América-RN, ano passado, comparado ao craque do Barcelona, quando veio de trás do meio-campo driblando toda a defesa. A característica de arrancada e drible fizeram o técnico Vanderlei Luxemburgo considerá-lo diferente de um armador clássico. Mesmo assim, ganhou espaço depois que Eduardo da Silva foi poupado e deu toque criativo ao time. Por enquanto, com a camisa 19.
— Eu tenho função também, pelo passe bom, por ser canhoto, de armar o jogo. Mas, pela velocidade, carrego e chego na área. Por isso, não sou um meia armador literalmente — analisou Arthur, concordando com o treinador.
Contratado como aposta para 2015, o jogador sabe da pressão que outros como ele já sofreram para vingar rápido no Flamengo, e pede um voto de confiança.
— Sei da grandeza, do quanto as pessoas vão cobrar, mas peço confiança e paciência de todos. Com tranquilidade, vou poder mostrar meu futebol — disse, pedindo passagem. — Sei da responsabilidade que é vestir essa camisa. Quero buscar meu espaço e estar entre os titulares — avisou Arthur.
Que não é o Rei, não é o Zico, mas quer escrever a sua história no Flamengo.