Os clubes brasileiros estão cada vez mais distantes dos times mais ricos do planeta. Dados divulgados nesta quinta-feira pela consultoria Deloitte indicam uma concentração inédita da riqueza do futebol nas mãos de poucos clubes e a exclusão dos brasileiros do ranking dos times mais ricos do mundo. O Corinthians, que em 2013 era o 24.º mais rentável do planeta, perdeu espaço e nenhum outro avançou.
Pelo décimo ano consecutivo, o Real Madrid aparece como o clube mais rico do mundo e é considerado como o time de “maior sucesso na história da Europa”. Sozinho, o campeão do mundo tem uma receita superior aos seis maiores times brasileiros: São Paulo, Corinthians, Flamengo, Inter, Atlético Mineiro e Grêmio.
Em 2013, o Corinthians acumulou uma renda de 113,3 milhões de euros, o que o colocava como o time mais rico fora da Europa. O segundo clube brasileiro mais rico era o São Paulo, entre os 50 com maior renda do mundo e o Flamengo aparecia entre os 60 maiores.
Time mais rico do mundo, Real Madrid sagrou-se campeão mundial em dezembro
Antes do Mundial, a previsão dos especialistas era de que o Corinthians deveria entrar nos próximos anos para o grupo de elite do futebol mundial, passando a estar entre os 20 mais ricos do mundo. A diferença entre o 20º colocado – o Atlético de Madrid – e o time de Parque São Jorge era de menos de 7 milhões de euros. São Paulo e Flamengo também poderiam começar a disputar as principais posições.
A aposta, porém, teria sido frustrada diante da estagnação da economia brasileira e pelo câmbio desvalorizado do real. Segundo a Deloitte, outro fator que não conseguiu ainda impulsionar a renda dos clubes nacionais foi justamente o impacto dos novos estádios para a Copa do Mundo. A esperança era de que os investimentos em estádios no Brasil antes da Copa incrementassem as bilheterias de jogos. Mas a consultoria aponta que esse efeito pode levar algum tempo para ser sentido.
Da 24ª posição em 2013, o Corinthians caiu para o grupo dos 50 maiores, assim como o Flamengo. No caso do São Paulo, o clube aparece entre os 60 mais ricos. Hoje, clubes como o Swansea City e o Stoke City tem rendas superiores ao Corinthians. Eles somaram rendas acima de 117 milhões de euros. O Atlético de Madrid, que estava encostado ao time paulista em 2013, hoje somam 169 milhões de euros.
Para Dan Jones, consultor da Deloitte, a realidade é que existe uma concentração crescente da renda do futebol apenas em cinco ligas – Espanha, Inglaterra, França, Alemanha e Itália. Dos 20 times mais ricos do mundo, o único intruso é o Galatasaray.
O que mais pesa, segundo Jones, é a renda com pacotes de transmissão e acordos comerciais, e não apenas a bilheteria dos estádios. “Isso levou a uma dominação ainda maior das 5 grandes ligas europeias”, indicou.
O ranking é liderado pelo Real Madrid, com ingressos de 549 milhões de euros e ocupando a posição de clube mais rico do planeta pelo décimo ano seguido. Em apenas um ano, o salto foi de 30 milhões de euros, graças a acordos comerciais e de TV.
“O sucesso em campo é complementado por sua fortaleza financeira e o torna o time mais exitoso da Europa de todos os tempos”, declarou. Em 2014, o Real venceu sua décima Liga dos Campeões.
O time de Cristiano Ronaldo é seguido pelo Manchester United, com uma renda de 518 milhões de euros. Bayern e Barcelona completam a lista dos quatro mais ricos. Juntos, os 20 maiores times têm uma renda hoje de mais de 6,2 bilhões de euros, 14% a mais que em 2013. Em apenas um ano, a renda subiu em 800 milhões de euros. E a distância entre os brasileiros e os europeus promete aumentar. Para 2015, cinco clubes podem romper a marca de 500 milhões de euros de renda.
Graças às vendas de direitos de transmissão 20 clubes ingleses estão entre os 40 maiores times do mundo. Entre os 20 maiores clubes, oito são ingleses, entre eles o Newcastle e Everton.
Fonte: Ei