Lancenet – César Maia, ex-prefeito do Rio de Janeiro, concedeu entrevista à Super Rádio Brasil AM 940 e abordou os problemas do Engenhão, interditado desde março de 2013. O político explica os problemas no estádio, que é do Botafogo até 2037, revela os valores pagos pelo clube e dispara contra o uso do Maracanã, o qual considera ‘oneroso para os clubes’.
– (O Engenhão rivaliza com o Maracanã) Totalmente. O uso do Maracanã é oneroso para os clubes. Vai fechar no Estadual mostrando que a privatização afeta os “geraldinos” – disse o ex-prefeito da Cidade Maravilhosa.
Botafoguense declarado, Maia conta que foi a favor da manutenção de Jefferson em General Severiano apesar dos problemas financeiros vividos recentemente.
– Vai muito bem. Boa a escolha da equipe técnica. Claro que sou a favor. É unanimidade – concluiu.
Prefeito, Engenhão é do Botafogo? Até qual data? Quanto paga?
Por 25 anos desde 2007 podendo prorrogar. 30 mil reais por mês.
Por que só o Botafogo se interessou na licitação?
Vasco tem campo. Flu e Fla tinham promessas de serem sócios na concessão do Maracanã. Foram enrolados.
Ficou surpreso com a necessidade de obra tão demorada após relativo pouco tempo de uso?
Primeiro foi tudo uma invenção para parar o Engenhão e os clubes que tinham contrato com o Engenhão terem que assinar com o Maracanã. Segundo é estranho que colocar um suporte num trecho da cobertura leve tanto tempo quanto construir o Estádio. Mas pelo menos as empreiteiras pagaram a colocação do suporte.
Houve algum equívoco na construção? Houve pressa em demasia para cumprir prazo de entrega?
Um estádio semelhante ao do Benfica. Cinco consultores consultados garantiram a estabilidade em função de uma minima flexão num ponto. Só o alemão contratado pela Odebrecht para o Maracanã deu parecer contrário. Depois disso houve várias ventanias e rigorosamente nada aconteceu.
No período de funcionamento, uns 7 anos, na realidade correu-se risco acima do “casual” de um grave acidente?
Zero, garantiram os calculistas.
A localização, que é tão reclamada por torcedores e pela midia, seria hoje repensada caso projeto de um novo estádio começasse do zero e Engenhão não existisse?
Não. Falta a ligação com a Linha Amarela e o corredor de acesso ao Metrô de Maria da Graça.
Engenhão rivaliza com Maracanã? Há contornos políticos nesta interdição?
Totalmente. O uso do Maracanã é oneroso para os clubes. Vai fechar no Estadual mostrando que a privatização afeta os “geraldinos”.
A postura do ex Presidente do Botafogo, Maurício Assumpção, não foi cordata em demasia tamanho prejuízo do clube com a interdição?
Sim. Curiosa e estranhamente sim. E essa interrupção derrubou o BFR para a segundona.
Mudaria nome do estádio? Se sim, para qual?
É um estádio Olimpico para Atletismo, adaptado para o futebol. As galerias ficam longe do campo. A FIFA não o credenciaria para uma Copa. Por isso o nome está certo e homenageia quem foi decisivo para a vitoria do Rio em 2016.
Vê realmente o Engenhão como um grande palco olímpico?
Obrigatoriamente pois o Atletismo é historicamente, desde Atenas antiga até hoje, a modalidade principal. É a que entrega o maior número de medalhas. E os recordistas têm muito maior popularidade que em outras modalidades. Veja o Jamaicano.
Há algo ainda oculto para o público em geral na história do Engenhão, seja no projeto inicial, construção, funcionamento, interdição e atualmente?
Não, tudo transparente.
Como botafoguense, que análise faz do início da administração Carlos Eduardo Pereira? Era favorável a manter Jefferson mesmo com questão financeira alarmante? Acredita no retorno à série A?
Vai muito bem. Boa a escolha da equipe técnica. Claro que sou a favor. É unanimidade.
Aproveitando, como cidadão, político, torcedor, enfim…quer opinar sobre atual polêmica de termos ou não jogos no Maracanã e a questão de preço dos ingressos?
Algo natural e esperado na medida que é a lógica da privatização. Tem que dar lucro que remunere o capital.
Algo que o senhor queira falar sobre o tema Engenhão?
Será o palco do relançamento do Botafogo à primeira divisão e sob as áureas de Nilton Santos, Garrincha, Didi, Amarildo, Quarentinha. Voltará ao grupo dos principais times do Brasil.