IG – O balanço financeiro do Flamengo em 2014 é amplamente positivo. De acordo com levantamento do consultor de marketing e gestão esportiva, Amir Somoggi, a administração do presidente Eduardo Bandeira de Mello tomou o caminho correto para sanar as finanças do clube, ainda que para isso tenha precisado recorrer a empréstimos no mercado.
No estudo divulgado pelo consultor de acordo com dados apresentados pelo próprio Flamengo, se comprova o aumento de receitas do clube nos últimos anos e também a reserva de parte desta verba para o pagamento de débitos fiscais. O clube devia R$ 400 milhões ao governo federal em 2012 e fechou o último ano com dívida de R$ 355 milhões.
“A utilização de recursos novos para reduzir as dívidas fiscais foi uma atitude corretíssima da diretoria do Flamengo e deveria servir de referência para o mercado brasileiro”, diz o estudo.
Em contrapartida, ao comprometer parte das receitas para o pagamento de dívidas, o clube precisou recorrer a empréstimos na praça para manter as contas em dias. Entre 2012 e 2014, as dívidas em relação a empréstimos aumentou de R$ 89 milhões para R$ 137 milhões.
No século 21, depois de a dívida total do Flamengo chegar a R$ 804 milhões em 2012, está hoje em R$ 705 milhões. O número ainda faz do clube o maior devedor entre os clubes brasileiros, mas a redução do valor sugere um novo rumo das finanças flamenguistas, ainda que isso represente menor investimento no futebol.
Em nove meses de 2014 os custos com futebol ficaram em R$ 124 milhões e devem encerrar 2014 em R$ 165 milhões. O valor representa 49% das suas receitas. Em 2013, o clube gastou R$ 180 milhões no departamento de futebol.
Outro fator importante apresentado no estudo é a diminuição da dependência do Flamengo dos valores pagos pelos direitos de transmissão de TV. Mesmo sendo o clube que mais recebe da TV Globo (em 2014 foram R$ 90 milhões), o valor representava 52% do total gerado em 2012. Em 2014 essa fonte de receita significa 36% do total de R$ 330 milhões previstos para 2014 (os números não estão fechados).