E o torcedor ainda precisa entender que o foco não pode ser mais bater boca com a turma irrelevante do arco-íris. Esses caras não ameaçam mais. Quanto antes a gente se mobilizar, mais cedo vamos abrir distância pra eles. Mas é exatamente isso que falta. E tem muitas estratégias que podemos discutir em próximos momentos pra aumentar o poder de pertencimento do torcedor. Agora, fica a dica: menos XVídeos e mais Flamengo na sua internet. Divulgue. Encha o saco dos seus amigos. Vista mais a camisa. Seja indesejado pelos não-flamenguistas. É um preço muito barato por tudo que o Fla já te deu.
Mania de grandeza: sobre meninos e lobos.
Hoje em dia, a coisa mais fantástica do mundo apocalíptico em que vivemos é o poder da informação. Muita gente acha que a velocidade de compartilhamento de dados é o que arrebenta com a cabeça da gente, que nem consegue mais acompanhar tendências (sejam elas quais forem; o pau de selfie ou o selfie do pau). É tanta porra-louquice que ninguém sabe a mesma coisa que o outro, porque, enquanto você descobria uma novidade, teu amigo aí do lado já conheceu um aplicativo novo, ou um “toca músicas” novo, ou tem uma nova celebridade chamando atenção (ou, sei lá, saiu mais um gol da Alemanha e você não viu).
Pois bem. Tanta reflexão num espaço em que devemos falar de Flamengo. Mas eu já explico: há 15 anos, a rapaziada ficava no bar discutindo se o Iranildo deveria jogar no meio e o Lucio Bala aberto na direita. Poucos queriam saber se valia a pena gastar os poucos tostões furados que sobravam nas mesas da diretoria na Gávea com esses caras mesmo. Até porque os jornais, que pautavam essas discussões, ainda retratavam um momento de comunicação diferente dessa insana velocidade de hoje. Há 15 anos, a gente vivia ainda os dias do “é verdade! saiu no Jornal Nacional!”.
Hoje, parceiro, o negócio é tão dinâmico, que as mídias tradicionais estão rebolando pra dar cada vez mais abertura pro público. Nego gasta mais tempo no Facebook do que na TV. Pode não ser ainda o melhor dos mundos, mas aquela hipnotização causada pela TV está sendo substituída também pelas boas ideias e pelos movimentos coletivos com propositos interessantes.
E aí voltamos a falar de Flamengo. Há pouco tempo, vimos surgir fundos coletivos de suporte, como o “Fla em Dia” e o “Flamengo da Nação” – criados pelos torcedores -, e o “Anjo da Guarda Rubro-Negro”, como projeto do próprio clube. São boas ideias. Mas notavelmente subaproveitadas. Por que?! Vou te falar porque… Por conta da falta de engajamento. Isso mesmo. Por culpa sua, torcedor. Aliás, por culpa minha. Nossa. O mesmo rola com o Sócio-Torcedor.
Naqueles 15 anos atrás, tudo era culpa dos “lobos famintos” que se beneficiavam do Fla. Hoje, vivemos os tempos em que o “nada do Flamengo, tudo pelo Flamengo” virou mantra dentro e fora da Gávea. Mas ainda temos muitos meninos dos dois lados do muro Clube. Os de lá de dentro (que arrebentam com a nova filosofia de gestão, diga-se de passagem) precisam entender que não é um simples video do Luxa ou o discurso de que “se tivermos mais 30 mil sócios-torcedores, vamos trazer o Ibrahimovic” que vai deixar a Nação mais engajada. Precisa ter mais vantagem. Benefício direto. Experiência rubro-negra; com pelada contra o mistão na Gávea, por exemplo, ou jantar com a delegação no Rio na concentração. Isso é barato, cara!
PH Barbosa.
Mania de Grandeza – Coluna do Flamengo
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