ESPN F.C. – O Flamengo terminou sua participação no Super Series, o nosso Torneio de Manaus, com uma vitória por 1 a 0 sobre o São Paulo e o título do campeonato amistoso. A conquista, confirmada após um bonito gol de Samir aos 32 do segundo tempo, abre bem o ano do Flamengo, que terá desafios muito maiores na temporada.
Qualquer análise mais profunda baseada em três jogos soa e é pretensiosa. Não só porque é difícil fazer uma previsão sobre a temporada a partir dessas partidas, como a probabilidade que o time sofra várias alterações, táticas, técnicas e de recursos humanos até o final do ano são grandes. Portanto, o que podemos observar são os cenários que se apresentaram nessas três partidas.
O destaque foi o setor defensivo da equipe, que passou os três confrontos sem sofrer gol. Paulo Victor esteve bem quando exigido, e Samir e Wallace demonstraram solidez no duelo decisivo ante o São Paulo. Léo Moura foi o ponto mais vulnerável da defesa, que ganhou quando Pará entrou em campo. Na esquerda, Pico foi razoável, com claras pendências com a forma física.
Vanderlei Luxemburgo trata o paraguaio Victor Cáceres como uma das peças fundamentais na formação do time, mas testou várias vezes Márcio Araújo como primeiro volante, ao lado de Canteros. Sempre que entrou, substituindo Cáceres, Araújo deu mais agilidade para a saída de jogo e marcou com mais velocidade.
Arthur Maia não teve medo de jogar bola. Participativo, chamou o jogo para si e mostrou-se bastante habilidoso, com jogadas individuais interessantes. No ataque, porém, Marcelo Cirino não funcionou muito bem como camisa 9 da equipe. Desacostumado à posição, com um misto de ansiedade, afobamento e falta de cacoete mesmo, acumulou gols perdidos. Nada que preocupe demais, mas é bom ficar de olho nisso.
Foi notória, porém, a melhora do time quando o atacante foi passado para seu posicionamento de origem, aberto pela direita. Alecsandro deu mais opções ao ataque e tem uma finalização muito melhor que Everton e Marcelo, que infernizaram a vida dos laterais adversários.
Algumas dessas observações podem se tornar importantes durante o ano. Até aqui, no entanto, são apenas situações percebidas em testes de pré-temporada, que podem ou não virar uma tendência para o resto da temporada. Até lá, que esses jogos sejam tratados da maneira que merecem: como amistosos de pré-temporada.
As vitórias são boas para o Flamengo, dão confiança para um elenco que precisa disso (principalmente depois de algumas derrotas em 2014) e fazem o clube começar o ano com um título. É bom? Sim. Mas um longo caminho ainda falta para ser percorrido, e toda cautela é bem vinda.
Matheus Meyohas