Renato Maurício Prado – O futebol do Rio sofreu anos a fio sob a gestão do nada saudoso Eduardo Viana, o Caixa D’Água, que tinha como aliados os clubes e ligas do interior do estado e, o que era mais importante, o apoio do antigo (e agora novamente) presidente do Vasco. A aliança era tão escancarada que encarnou, na bem-humorada imprensa carioca, o codinome Eduardo Miranda, ser que tinha como clone um outro, denominado Eurico Viana (ambos, obviamente, representando a simbiose dos dois cartolas).
O fenômeno repete-se agora com a dupla Rubinho e Miranda, ou se preferirem, Eurico e Lopes. E os primeiros alvos de tal parceria são Flamengo, Fluminense e o Consórcio Maracanã. Guerra aberta, declarada e motivada, inicialmente, pela demagógica questão do preço dos ingressos — que a Federação quer impor, pouco se importando se os clubes terão prejuízo com isso.
Nunca fui e não sou favorável aos estratosféricos preços que a diretoria do Fla andou cobrando no primeiro ano de seu mandato. Mas daí a torná-los irrisórios, com o claro intuito de lotar as arquibancadas de qualquer forma (para simular um êxito improvável e altamente discutível), vai uma distância colossal.
Como retaliação à “rebeldia” da dupla Fla-Flu, a Federação tirou o jogo de estreia do Fluminense do Maracanã para Volta Redonda. Reunião do Conselho Arbitral, hoje, pretende ratificar a posição.
Ou Flamengo e Fluminense se rebelam, já, ou os tempos de obscurantismo da era Caixa D’Água retornarão ainda mais sombrios. Pobre futebol carioca.