Saiba como Luxa ‘ajudou’ a crise financeira do Grêmio.

Compartilhe com os amigos
Muitas são as explicações cabíveis para justificar a crise financeira enfrentada pelo Grêmio. A falta de renda dos jogos por conta do contrato de parceria com a OAS na administração da Arena é a razão que logo vem à cabeça dos torcedores. Mas a falta de tal fluxo sozinha não abalaria tanto a estrutura financeira de um clube. A não ser que investimentos sem retorno tivessem sido feitos. E é exatamente aí que Vanderlei Luxemburgo vira peça importante para a falta de verba no Tricolor. Entre fevereiro de 2012 e junho de 2013 no comando, ele indicou uma série de jogadores, muitos não se firmaram, e caros ou baratos, nenhum rendeu um centavo sequer ao clube.
Tão logo foi contratado para substituir Caio Júnior, Vanderlei começou a pedir novos jogadores para a então direção gremista comandada pelo presidente Paulo Odone. E chegaram vários. Pará, Elano , Werley e Zé Roberto foram os primeiros. Todos com passado ligado ao técnico e salários altos.
O comandante ainda indicou outros dois jogadores que considerava promissores no futebol. O lateral direito Tony e o meia Rondinelly chegaram de clubes menores e sob investimento considerável. O status de promessa fez a direção assinar contratos longos, que hoje soam como um fardo.
Com o vice-campeonato brasileiro, Luxa ganhou status no clube e, pressionado pela torcida, o presidente Fábio Koff, que assumiu o comando ao fim daquele ano, renovou o vínculo do treinador, aumentando salários e o prazo de contrato para mais duas temporadas. Em seguida, recebeu outra lista de pedidos.
No ano seguinte, chegaram por indicação do treinador atletas como Dida, Adriano, André Santos e Cris. Além do fisioterapeuta Filé, assumindo uma posição que não existia anteriormente no clube e depois da saída foi extinta.
Mas o problema não foi indicar ou mesmo atender os pedidos do comandante. Mas sim a falta de retorno que estes jogadores deram, implicando, também, na dificuldade financeira pela qual o Grêmio passa hoje.
André Santos e Cris, por exemplo, não duraram um ano. O lateral voltou ao Arsenal, da Inglaterra e foi cedido ao Flamengo. O zagueiro emprestado ao Vasco, com o Grêmio pagando parte dos salários, e depois teve o vinculo encerrado.
Elano saiu primeiro por empréstimo ao Flamengo na mesma modalidade, com o Tricolor arcando com parte dos salários. E depois teve vínculo rescindido. Zé Roberto renovou com o Grêmio duas vezes, mas saiu livre ao fim do último vínculo e foi para o Palmeiras. Pará serviu como ‘pagamento’ de uma dívida antiga com o Fla, e seguirá com salários pagos pelo Grêmio por um ano. Dida não teve contrato renovado ao fim do vínculo e saiu de graça. E ainda há atletas que seguem no clube.
Rondinelly tem contrato com o Grêmio até maio de 2017. Está no elenco de atletas que volta de empréstimo e disponível para acertar com outro clube. Dificilmente renderá alguma coisa. Tony, cujo vínculo vai até maio de 2016, foi cedido ao Bahia nos mesmos moldes. E Werley, com mais um ano de contrato, está no grupo principal mas sem espaço.
Com as indicações de Luxemburgo, a folha salarial gremista bateu em R$ 10,5 milhões em 2013. Para 2014, já sem o técnico, a direção conseguiu reduzir o valor para R$ 7,5 milhões. E agora se livra de qualquer salário mais alto, recuando os vencimentos para no máximo R$ 5 milhões.
Ou seja, além de solicitar atletas que acabaram não dando retorno financeiro, Luxa foi um dos responsáveis pela inflação na folha que atrapalhou o fluxo de caixa no Tricolor. E assim, hoje tem relação com a dura situação pela qual passam os cofres do clube gaúcho.
Com dificuldades de equilibrar-se, o Grêmio cedeu uma série de jogadores, promoveu outra leva de jogadores da base, e luta por uma temporada melhor. A estreia em jogos oficiais está marcada para dia 31, diante do União Frederiquense, às 17h, na Arena, pela primeira rodada do Gauchão.

Fonte: UOL
Compartilhe com os amigos

Veja também