Lembro a primeira vez que fui escolhida para ser capitã do time de vôlei da escola. Mais do que ser a melhor jogadora do campeonato, queria ser a capitã. Coisa de criança que não sabia o que era ser capitã de uma equipe todinha. Aos poucos fui aprendendo e, lá na frente, quando me tornei técnica de voleibol, ficava no dia anterior do jogo pensando qual dos meus alunos (as) seria o (a) capitão(ã) da equipe.
No masculino, a minha busca acabou no segundo jogo, porque no primeiro o Cristiano não jogou. Cristiano era um menino de 12, 13 anos, sorridente, gente boa e muito dedicado nos treinos e estava longe de ser o craque do time. Lembro que quando falei que ele iria ser o capitão do time, o sorriso se escancarou, com um orgulho danado. Percebi, na hora, o bem que tinha feito a autoestima do garoto mesmo não tendo a certeza da minha escolha. Ele seria o melhor? Expliquei o que era ser capitão da equipe e ele, atento, escutou. O jogo que eu tive a certeza da minha escolha foi o seguinte desse. Era um jogo complicado, no ginásio da escola adversária quando uma bola, CLARAMENTE fora, foi dada dentro e favoreceu o time da casa. Houve muita reclamação, tínhamos uma diferença de 2 pontos e faltavam 4 para fecharmos o jogo. O time ficou muito nervoso, até o Cristiano entrar em ação. Ele tirou todos os meninos da reclamação do juiz, pediu calma a cada um e os colocou na posição. Ganhamos o jogo com diferença de 5 pontos e sai dali com a certeza da importância do capitão num time vencedor, mesmo numa equipe de adolescente.
Lembrei dessa história porque tenho visto, dia após dia, o capitão do meu time fazer tudo ao contrário do que um guri de 12 anos assimilou numa conversa de 3 minutos. Embora seja um direito de qualquer pessoa falar o que quiser sobre a sua vida porque vivemos numa democracia, chega a ser ridículo a forma como o Léo Moura vem tratando essa renovação dele até o fim do carioca e a continuidade da carreira ao´s isso em outro clube.
Talvez o que ele não perceba é o quanto ele está dando motivos para que a diretora do Flamengo não renove o vínculo depois do Estadual. Talvez ele não esteja percebendo o quanto isso contribui para que uma quantidade cada vez maior de torcedores não queria essa renovação e o quanto isso o afasta da postura de capitão que uma equipe precisa.
Só acho que está mais do que na hora do Flamengo começar a perceber que esse não é o tipo de capitão que o ‘novo’ Flamengo merece.
Saudações!
Fonte: Primeiro Penta