PVC – Era uma noite de sexta-feira, chovia em São Paulo e as pessoas queriam ir para o show dos Rolling Stones. Nem todo mundo. No Brasil inteiro, muita gente queria ver o melhor jogador do mundo, recém-eleito pela Fifa, fazer seu retorno ao futebol brasileiro.
Romário estreou pelo Flamengo vestido com a camisa papagaio-de-vintém no Serra Dourada num amistoso contra a seleção uruguaia. O Flamengo de Vanderlei Luxemburgo, técnico campeão brasileiro de 1994 pelo Palmeiras e também de chegada, alinhou com Adriano, Charles Guerreiro, Gélson, Agnaldo e Branco; Fabinho, Marquinhos, Mazinho Oliveira e Nélio; Romário e Sávio.
Romário foi discreto e substituído por Rodgers. Mas era um marco.
O êxodo do futebol brasileiro já era fato consumado desde 1983, quando Zico se foi para a Udinese. E nem os retornos, dependendo das subidas e descidas da economia brasileira e dos clubes daqui escondia que o Brasil já tinha virado um futebol de segunda classe, levando em conta as competições clubísticas.
E, então… Kléber Leite ganhou a eleição do Flamengo e Romário disse a Johan Cruyff que não aguentava mais a Europa. Foram cinco anos no PSV, apenas um ano e meio no Barcelona. Tchau!
A operação financeira foi feita com ajuda de patrocinadores e é daquelas que ajudaram a endividar o Flamengo até hoje. O Flamengo contratou o melhor jogador do mundo e ele estreou há vinte anos.
Incrível que na prática isso não tenha mudado nem a média de público do Campeonato Carioca nem do Brasileirão, em que o Flamengo foi figurante.
Assim como ter Neymar até dois anos atrás não fez o Santos ou o Brasileirão atrair mais gente.