A bandeira contra o circo que sempre existiu.

O Fluminense – A gestão do campeonato carioca nos últimos 10 anos, foi um circo sem palhaço, daqueles sem atrativo, sem fundamento e sem graça. O sorriso que por muito tempo era visto no rosto do torcedor carioca, foi trocado por insatisfação e desdém em relação a competição que um dia teve o apelido de campeonato mais charmoso do Brasil. Em tempos de profissionalismo, o circo que antes era adorado por suas bizarrices e amadorismo, hoje, não é mais aceito, pois se tornou retrógrado e antiquado. O circo em 2015 tem iluminação, efeitos especiais e o palhaço é içado como se fosse um pássaro; uma espécie de hiper show. Se o velho circo não tem mais espaço, a velha política, muito menos.

Há 30 anos bravatas e tapas na mesa eram vistas por muitos, como coragem e força. Décadas nas quais Eurico Miranda se fez, se criou e se formou. Ao ser (re) eleito presidente do Vasco da Gama, em dezembro de 2014, ele contribuiu para que o futebol carioca voltasse no tempo. O incidente da última quinta-feira (29/01), quando o presidente do Flamengo Eduardo Bandeira de Mello, em reunião na sede da Federação de Futebol do Rio, teria sido ofendido verbalmente por Rubens Lopes, aliado de Eurico e presidente da Ferj, evidenciou que o circo de 1990 ainda existe lá. E dessa vez, diferentemente dos anos do amadorismo, pegou fogo.

A missão da tal reunião era “melhorar” a qualidade do espetáculo com opiniões e sugestões de todos os participantes, visando os próximos campeonatos. Mas, devido a notas oficiais de ambos os lados, em uma guerra virtual, a baixaria dessa vez foi pública, principalmente pelo batalhão de repórteres que acampavam na porta da federação e “flagraram” o presidente Bandeira completamente atordoado após o ocorrido dentro da sala de reuniões. O ato de Rubens Lopes, em agredir verbalmente o atual representante rubro-negro, colocou gasolina no fogo que se apresenta pequeno e controlável.

A atitude esdrúxula, inadequada e sem o mínimo de educação, é praticamente inaceitável vinda de qualquer pessoa, ainda mais de um presidente de federação. E mais, ao direcionar suas ofensas a um representante de uma entidade como o Flamengo, ofendeu sua torcida. O clube rubro-negro, certamente irá, com toda razão, à Justiça buscando seus direitos.

O circo, que por anos funcionou sem ser percebido por não fazer diferença, hoje é o centro de tudo, daquilo que contribui para a falência do futebol carioca. E eu achando que não tinha palhaço.

Nota oficial: Todo tipo de violência é inaceitável, ainda mais no futebol, que é a união do povo. Se realmente houve agressão ao goleiro do Macaé, Ricardo Berna, na invasão do Moacyrzão, no sábado, por parte de uma das torcidas organizadas do Flamengo, a polícia deve investigar a fundo, para que se encontre os verdadeiros culpados e os mesmos sejam punidos. #Paznofutebol

David Tavares

Coluna do Flamengo

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