É som de preto
De favelado
Mas quando toca ninguém fica parado
(Amilcka e Chocolate)
Pedrada Rubro-Negra – No Flamengo é como este funk que marcou época. O som não pára. Ninguém fica parado. Todo dia é repleto de acontecimentos, reviravoltas, confusões, brigas e decisões marcantes.
É o último (penúltimo aliás, diga-se) som a tocar foi a intempestiva saída do Bap, o todo poderoso VP de marketing, de um discurso mobilizador das massas pela promessa de um Flamengo que aproveitasse todo seu potencial de marketing, que até então historicamente se posicionava “abaixo do nível da Cantareira” (para falar de uma expressão recente).
Responsável pelos discursos que muitos identificavam como “arrogante” e “elitista” por simplesmente posicionar o valor do “espetáculo” do Flamengo em seus níveis reais para atrair alguma lucratividade e poder aumentar a receita e cumprir com suas obrigações fiscais, trabalhistas e financeiroas, Bap foi satanizado pela imprensa, pela oposição dona de um discurso recalcado e obsoleto, e mesmo pela torcida, que, paradoxalmente nada exige do Governo em termos de bons serviços em relação aos impostos escorchantes que paga, mas exige do FLAMENGO, que este tenha prejuízo e subsidie o valor de seus ingressos, porque é um “direito adquirido” assistir os jogos e o clube que se vire para bancar prejuízo ou angariar menos recursos para sua recuperação.
Mas Bap, mesmo assim, continuou no Flamengo. Ouvindo de forma contumaz toda sorte de impropérios pela Oposição Nociva e ainda sendo acusado de incompetente por neófitos incapazes de perceber o salto fantástico de receita proporcionada pelo “Novo Marketing” do Flamengo.
Sua luta encontrava barreiras. Ao aumentar os preços do ingressos do Maracanã, em uma rodada, o novo VP de Futebol se insurgiu contra se dizendo desrespeitado (a julgar pelas notícias vinculadas pela imprensa). Causando uma crise interna. Ora, se quem precifica é a área de marketing quem desrespeita quem em invadir uma seara que não é sua?
Também pela imprensa, sabe-se que Bap queria mais jogos fora. Por algum motivo, há um preconceito que acho horrível em relação a torcidas do Flamengo espalhadas pelo Brasil. Muitos cariocas acham que estas “não torcem direito”. A Comissão Técnica, talvez, nem julgue desta forma, mas certamente um deslocamento maior atrapalha a preparação do time. Ainda mais neste país de proporções continentais. O fato é que, pressionado pela Comissão Técnica e pelo, talvez, desejo de outros dirigentes afeitos ao fato do Flamengo jogar no Rio para “poder ficar mais forte”, Flamengo não levou mais jogos para fora, deixando de auferir mais receita e, ao mesmo tempo, deixando de estimular o ST off-Rio, porque ao jogar longe no Rio, os Off-Rios podem, efetivamente, verem seu time em campo.
Tirando outros pontos de distensão dentro do Conselho Diretor, os quais nós, pobres-mortais, não ficamos sabendo. Este último acontecimento da FFERJ (olha o funk) proporcionou o “copo derramado”. A FFERJ devidamente “euricada” e com isto, trazendo aquele tsunami de atraso, grosserias, palavrões, que é peculiar neste triste ser, repetidamente eleito pelos vascaínos, decidiu disparar contra o Flamengo toda sorte de maldades, incluindo repetir linha-a-linha, o discurso de um segmento absolutamente nefasto da Oposição do Flamengo. Flamengo foi prejudicado. Sua precificação foi tabelada, como se estivéssemos na Venezuela e um Maduro insano e ditatorial vomitasse suas asneiras em relação ao livre-mercado, enquanto arrasa a sociedade em volta.
Agora é minha interpretação em cima do que foi vinculado pela imprensa. Não analisem como “fatos”. Please.
Bap foi contra. Ele é de briga. Queria matar um a um e trazer a cabeça em cima de uma estaca (força de expressão, hem?). Mas EBM, junto com o Jurídico e Michel Assef encontraram uma forma conciliatória de realizar o jogo de quarta (hoje, dia 04/02/2015) no Maracanã, setorizando e tentando diminuir o prejuízo ou ganhar uma merreca.
Bap foi à loucura. A faca entre os dentes caiu. Capitulou. Mandou tudo às favas. E resolveu sair.
Não sei se volta. O funk continua tocando. Talvez seu coração rubro-negro bata novamente em direção à Gávea e seu lugar entre a “Chapa Azul” na mesa do Conselho Diretor.
Sua ausência será sentida no dia-a-dia. Na política, nas receitas, na mobilização, no discurso e na filosofia administrativa “azul”. Bap foi um líder. Também foi um pára-raio das medidas impopulares. Com sua saída, o Conselho Diretor terá que se amoldar. EBM, ganhando destaque cada vez maior, com sua liderança serena e determinada, talvez represente uma nova fase que a dita “Chapa Azul” precise ser. Mais ponderada, menos bombástica, mas continuando firme e determinada em busca de seus objetivos.
E neste funk, ninguém fica parado, a FFERJ lançou ontem uma nota dúbia em que parece que cedeu e parece que não, para por todo mundo em alvoroço novamente.
Por Flavio H Souza
Perfeito…………