ESPN – Em reunião dias atrás, as ser perguntado sobre o assunto, o presidente eleito da CBF, Marco Polo del Nero, brincou e disse: ‘sou como São Tomé: só acredito vendo’. Não foram essas exatamente as palavras, mas o cartola não esconde a sua desconfiança em torno do avanço da comissão de clubes formada para discutir a volta dos mata-matas ao Brasileiro, dentre outros assuntos.
O seu ceticismo passa basicamente por um motivo.
A exemplo do que foi feito no último Conselho Arbitral da Série A, no início do mês, foi criado em 2014 um grupo para tratar do programa de responsabilidade fiscal em Brasília.
Naquela ocasião, faziam parte Coritiba, Vitória, Flamengo, Inter e Vasco. Dessa vez, exceção feita aos colorados, os demais são acompanhados ainda por Atlético-MG, Atlético-PR, Santos e Sport.
“No início, o entusiasmo era geral, mas, no fim, sempre eram o Vilson (ex-presidente do Coxa) e mais um dos representantes”, disse Del Nero durante o encontro, na sede da CBF, no Rio de Janeiro.
A aposta do dirigente, que assume em abril a entidade, é de que o mesmo voltará a se repetir com o passar dos meses e as discussões que compreendem não apenas a fórmula de disputa do Brasileiro como também as cotas de TV e a legislação trabalhista dos atletas perderão força e serão deixadas de lado por falta de quórum.
Ele se mostra disposto a tentar evitar isso.
Não se recusou a acrescentar outros times à comissão que tem como seu representante o diretor de relações institucionais Reinaldo Carneiro Bastos e ainda prometeu, em contato com os atuais integrantes, formar uma agenda para a realização de reuniões periódicas.
Mesmo entre seus membros, existe desconforto ao redor da falta de comunicação que sucedeu o arbitral do Brasileirão. Eles pretendem dar o pontapé inicial sem a própria CBF, se necessário, e depois cobrá-la para que ‘oficialize’ a pauta e, assim, atribua a ela maior peso em seus próximos passos. Grêmio, Santos, Vasco e Fluminense são os clubes que se posicionaram abertamente favoráveis à mudança até aqui.
O presidente da federação baiana, Ednaldo Rodrigues, que esteve no Rio de Janeiro na última semana e foi um dos precursores no tema, afirma ter sido informado pelo diretor executivo de esportes da Globo, Marcelo Campos Pinto, de que “a abertura do debate é interessante”.