GE – Falar em NBB, é falar de Brasília e Flamengo. Em seis edições, os dois times foram os únicos a vencer o campeonato – três conquistas para cada lado -, possuem importantes recordes e protagonizaram duas finais históricas, com um título de cada: vitória do Flamengo sobre o Brasília na temporada 2008/2009 e troco dos candangos na temporada 2009/2010. Dualidade que transformou o confronto no principal clássico do basquete nacional, sempre marcado por muito equilíbrio e rivalidade. Porém, nos últimos dois anos, a balança tem pendido para o lado rubro-negro. Na fase mais vitoriosa do clube, com títulos do NBB, da Liga das Américas e Intercontinental, o Flamengo não perde para o Brasília desde fevereiro de 2013. De lá para cá, três vitórias: duas no Rio de Janeiro e uma no Distrito Federal. Neste sábado, no Ginásio Nilson Nelson, o Brasília vai tentar reequilibrar o duelo.
– Perder sempre incomoda. Agora, imagina em um clássico. Mas o que passou já ficou para trás. Tento nem lembrar mais das temporadas passadas. Temos que focar no presente, voltar a jogar bem e ganhar deles – afirmou o ala Arthur, jogador do Brasília há quase 10 anos.
Porém, voltar a vencer o Flamengo não deve ser uma missão simples para o Brasília. Em reformulação após as saídas de Alex e Nezinho, o time candango vive sua pior temporada no NBB, ficando pela primeira vez fora do G-4 e com um aproveitamento negativo na temporada regular: 12 vitórias e 15 derrotas até o momento. A confiança vem da evolução das últimas semanas, coroada com a vaga para os playoffs, que chegou a ser ameaçada, mas foi garantida com a vitória em cima do Macaé na última quinta-feira.
– O favoritismo é do Flamengo, pelo elenco que tem e a classificação na tabela. Mas o nosso time cresceu no segundo turno, onde já temos aproveitamento positivo. Queremos mostrar nossa força e fazer um jogo duro contra o Flamengo, pensando já nos playoffs. A gente sabe que uma vitória contra eles nos qualifica para estar buscando a classificação entre os oito primeiros, com mando na primeira rodada, e força para buscar nosso objetivo que é chegar ao menos até as semifinais – disse Vidal.
Vitor Benite Flamengo x Brasília Basquete (Foto: Divulgação / Site oficial do Flamengo)
Cesta de Benite no último segundo deu a vitória ao Fla no primeiro turno (Foto: Divulgação / Flamengo)
Apesar de viver grande fase no NBB, com sete vitórias consecutivas, o Flamengo sabe que é difícil fazer valer o favoritismo quando se trata de um clássico. O Rubro-Negro teve uma mostra disso no primeiro turno, quando o Brasília, que iniciou muito mal a competição, fez jogo duro no Rio de Janeiro e só foi derrotado após Benite marcar uma bandeja no último segundo: 76 a 74.
– Clássico não tem favorito. Eles são os mandantes e estão vindo motivados por uma vitória. Não tem como ser favorito em um jogo assim, até pela qualidade dos atletas dos dois lados. Temos que entrar focados. É sempre um jogo muito difícil – alertou o técnico do Flamengo, José Neto.
Quarto na tabela, com 18 vitórias e sete derrotas na temporada -, o Flamengo quer vencer o Brasília para assumir a terceira colocação e se firmar ainda mais no G-4. O Rubro-Negro está com uma triunfo a menos que o terceiro colocado, Mogi, e uma a mais que o quinto, Minas.
– Sabemos da importância de cada partida nessa reta final. Temos que encarar cada jogo como fundamental para nossa manutenção entre os quatro primeiros. Para que a gente tenha um tempo para se recuperar e treinar para o momento que importa mesmo, que são os playoffs, além de manter o mando de quadra.
Clássico é maior que Marcelinho x Alex, afirma ala do Fla
Por anos, as partidas entre Brasília e Flamengo foram marcadas pelo “matchup”: Marcelinho x Alex. O encontro entre os dois capitães em quadra era o principal símbolo do clássico. No entanto, para o ala do Flamengo, a ida do camisa 10 do time candango para o Bauru no início da temporada não diminui a rivalidade e a importância do clássico.
– O Alex é um jogador diferenciado. Mas, com relação à rivalidade entre Flamengo e Brasília, a saída dele não influencia tanto. A rivalidade existe por conta do tamanho das conquistas dos dois clubes nos últimos oito anos. Não é porque um jogador saiu que isso vai diminuir – afirmou Marcelinho.
– Essa coisa da saída do Alex já passou faz tempo. Estamos entrando na reta final da temporada. O Alex foi um grande companheiro, mas não faz mais parte do time. Isso não diminui a importância do jogo. A torcida vai apoiar como sempre apoiou. O jogo contra o Flamengo sempre foi grande acredito que agora não será diferente – completou Arthur.
Defendendo pela primeira vez a camisa do Brasília no Ginásio Nilson Nelson – usado pelo clube apenas nos playoffs e em jogos contra o Flamengo -, o pivô Lucas Cipolini acredita que o jogo deste sábado será mais um a marcar a história do clássico.
– Acho que vai ser mais um grande jogo, outra grande festa do basquete brasileiro. É um clássico, nesse ginásio onde já foram disputadas finais do NBB. Já vi pela TV como fica lotado e a gente espera que a torcida compareça desta vez também para nos apoiar e dar força dentro de quadra. Vai ser um grande espetáculo. Um bom jogo nos deixará ainda mais motivados para continuar nessa caminhada rumo aos playoffs.
Brasília e Flamengo se enfrentam neste sábado, às 11h, no Ginásio Nilson Nelson. Os ingressos custam de R$ 10 (meia-entrada) a R$ 50.