Deixa a chuva molhar

Vida de Torcedor | Flamengo

Aaaaatchiiiimmm…

Aaaaaatchiiiimmm…

Perdão pela demora em dar meu parecer sobre os belos, dantescos, memoráveis e úmidos eventos da tarde desse domingo. É que escrevo esses trecos todos no celular e o mesmo, assim como meus poucos cabelos que ainda restam, meu Manto Sagrado e minha alma (se eu ainda tivesse uma), saíram um tanto quanto lavados da Arena Aquática Maracanã.

O Modorrento Estadual clamava por algum momento digno de se guardar na memória. Acabou ganhando de brinde, além de tudo o que há embutido na expressão “Flamengo e Vasco”, um dilúvio bíblico e um jogo daqueles pra testar os corações de rubro-negros e cruzmaltinos, todos aprovados com louvor, e o preparo da Arena Fifense ao enfrentar condições adversas, reprovada pelo desleixo.

Ah… o Antes do Jogo… Sim, porque em dia de Flamengo e Vasco lotado, excetuando-se um ou outro mais exaltado que teime em apelar para agressões infundadas, o lado de fora vale um ingress… Bem… Deixa eu fechar a matraca pra não dar ideia errada pros Smurfs. Vamos ao jogo então…

Começou como um Flamengo e Vasco. Só não dá pra dizer que normal, porque tal Clássico não combina com esse adjetivo. Aí veio o capricho dos Deuses do Futebol. Devem ter olhado e pensado: “E se a gente botasse tudo isso aí debaixo da água? Será que teria ainda o mesmo brilho?”. E assim foi feito. Faltou pouco Noé aparecer no Maracanã pra ver se bacalhau ainda tinha salvação. Os deuses do futebol só não contavam com o despreparo em segunda instância de um Templo que fora, há tão pouco, palco da Final da Copa. Em segunda porque, pelo que entendi entre mensagens aqui e acolá nas redes sociais, o sistema de drenagem até é bom, só faltou mesmo ligar o troço em tempo hábil. Vá entender.

O bom goleiro do Vasco teve aquela infelicidade/desconhecimento básico de física e o Alecsandro não perdoou. Ainda teve o mérito de fazer o certo. Por uma fração de segundos pensei em pânico que ele tentaria dominar a bola, o que felizmente não aconteceu, pois possivelmente acabaria driblado pela própria poça que lheu deu o passe. Fechou o olho e largou o sapato. Dilúvio de felicidade no Maracanã.

Pode até ser impressão, mas ACHO que já tomei chuva pior na cara sem que a inundação acontecesse nessa proporção. Urubus e UruBoas da Bahia devem lembrar de um jogo nosso contra o Vitória no Barradão há não muitos anos. Aquela chuva não foi pior? De qualquer forma, o Palco da Final da Copa virou um espelho d’água e não dava mesmo pra continuar.

Jogo paralisado, ambiente propício para que medos maiores pairassem no ar. Caramba… Já pensou? Aquela gente toda por lá e a festa acabando antes da metade? A Nação seguiu cantando, pulando e festejando. Exercendo a sua felicidade e soberba. Podendo por algum tempo ser estrela única, já que não havia bola rolando. E claro que os dois pensamentos piores eram, não necessariamente nessa ordem: o Eurico mandar o Vasco não voltar pro jogo, tendo assim seus dias de destaque falando besteira sem moderação na imprensa, ou o fluminense entrar no STJD, levar três pontos de cada um dos envolvidos e acabar com a porra do campeonato.

O Vasco demorou, pensou bem… E voltou. Ao que parece ficaram se aquecendo no vestiário o tempo todo, pois voltaram bem mais ligados para o segundo-tempo-do-primeiro-tempo. Gol do Vasco. Com Paulo Victor mostrando qualidade e defendendo até bola que já entrou. Vai que o bandeirinha não vê? Ouvi falar que isso acontece vez ou outra.

Segundo tempo escamado. Faltas duras de ambos os lados. Correria no campo não mais inundado, mas ainda encharcado. Com água, sem água, com neve, com chuva ácida, duas coisas são inevitáveis e imparáveis: a velocidade do Cirino e a tendência para faltas do Guiñazu… Pênalti para o Flamengo. Marca da cal e Alecgol… Barbante. Comemoração poética, cinematográfica e adequada com o guarda-chuva. O New Mundo Chato não gosta de nada disso. Cartão amarelo para a arte em forma de comemoração.

Paz nos estádios, paz entre os torcedores, paz no Oriente Médio, paz na terra entre os homens de boa vontade… Mas em um campo de futebol aonde se encontram Flamengo e Vasco nem sempre dá, não é verdade? Sendo assim e sem poder medir palavras, falando em favelês fluente, a porrada estancou feio pra mais de dois. Farta e ampla distribuição de cartões pra todos os envolvidos e até para alguns não-envolvidos.

Alguns lances de perigo depois, para ambos os lados, acabou dando a lógica. Que me perdoem (ou não) botafoguenses e tricolores. Sei que todos brigam por isso e morrem de vontade de assumir o posto, mas o Vasco é o nosso Maior Rival. E por consequência peço perdão também aos meus muitos e muitos amigos cruzmaltinos. Cada vez mais complicado encarar o fato de que nosso Maior Rival não vence um mísero encontro desde 2012… Uma Final contra a gente desde 1988 (é isso? Nem vou cobrar muito da minha pobre memória).

Depois a Nação fica mais esnobe cada dia que passa, e ainda acham que não temos motivos. Não é deboche, não é soberba e nem provocação. Do lado de cá e do lado de lá todos nós concordamos com uma única coisa:

QUEREMOS FLAMENGO E VASCO NA FINAL.

Flamém.

Milton Medeiros

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