Gilmar Ferreira – O clássico entre Flamengo e Vasco no próximo domingo permitirá a razoável leitura do nível deste Estadual.
Pois já há quem se empolgue com a eficiência defensiva do time de Doriva e também não falta quem coloque a equipe de Vanderlei entre as mais ofensivas do país.
De fato, os números animam.
O Vasco sofreu apenas três gols em dez rodadas, e o Flamengo já fez 22 gols em dez partidas.
Mas ambos têm sido agredidos com preocupante constância, passando maus momentos contra adversários limitados, de sistema de jogo primário.
Tendo a achar o time rubro-negro mais equilibrado, com mais e melhores variações.
O líder, no entanto, é o Vasco _ um Vasco que encorpa e anima sua torcida.
BOTAFOGO 3 x 0 RESENDE.
Impressiona o desempenho do Botafogo de René Simões no segundo tempo das partidas.
Olha, já falei do meu ceticismo com relação ao trabalho de René e da qualidade técnica discutível do time.
Mas a aplicação e a eficiência são elogiáveis.
Fez três gols no Bangu, no Friburguense, no Tigres e no Resende _ e quatro no Bonsucesso.
O trabalho parece promissor e dissipa as nuvens pessimistas.
MACAÉ 1 x 0 FLUMINENSE.
A derrota não veio em função da ausência de Fred.
Mas é impossível não considera-la num momento em que o time busca nova identidade e escorado sua cadência no futebol de um jovem de 17 anos _ o meia Gerson.
Sem sua principal referência, que cumpriu suspensão, o Fluminense não se impôs.
Perdeu!
E até amadurecer coletivamente, oscilará entre tardes de mediocridade e noites de euforia.
VASCO 5 x 1 NOVA IGUAÇU.
O fato de eu ter escrito no meio de semana que o time de Doriva é horroroso, numa comparação com o Corinthians, referência do Paulista, rendeu bicos e críticas.
Lamento.
Apesar do placar deste domingo, o time segue lento, sem articulação coletiva e criatividade individual.
Mas, ainda lento, melhorou a produção com a entrada de Dagoberto e manutenção de John Clay na vaga do inoperante Marcinho.
TIGRES 1 x 3 FLAMENGO.
O sistema com três volantes e três atacantes ainda promete dar o que falar.
Mas Vanderlei está disposto a bancar a aposta.
Sem um meia convincente, o Flamengo adianta a marcação e força a explosão de Cirino, Paulinho e Alecsandro.
Se precisar variar, Gabriel e Everton ajustam o meio.
Mas a defesa é vulnerável e compromete o todo.
Talvez seja questão de posicionamento.
Talvez seja fraqueza dos laterais.