Lancenet – Autor do gol do título do Campeonato Carioca conquistado pelo Flamengo em 1978, o ex-zagueiro Rondinelli, hoje com 59 anos, não esquece a emoção vivida por ele naquela tarde de 3 de dezembro. Para o ex-defensor, que anotou o tento aos 43 minutos do segundo tempo, em cabeçada após cobrança de escanteio de Zico, aquela conquista deu maturidade àquela geração, que, em 1981, conquistaria o título mundial pelo Rubro-Negro.
– Eu acredito que havia acima de 150 mil pessoas, porque o número de pagantes davam 127, 128 mil. Mas na década de 70 haviam muitos caronas, aqueles convites especiais. Creio que havia 140, 150 mil pessoas. Esse jogo representou o início da arrancada, daquela geração que nos proporcionou nosso ídolo maior, nosso exemplo, o Zico, nosso Galinho de Quintino. Através desse gol em 78 a gente levou o clube às suas maiores conquistas da história – disse Rondinelli, em entrevista ao SporTV.
Na opinião de Rondinelli, se o Flamengo tivesse perdido o campeonato de 1978 para o Vasco, a equipe rubro-negra possivelmente teria sido desfeito.
– Nós vínhamos de uma sequência de derrotas em campeonatos anteriores, tanto em 76 quanto em 77. Jogadores de extrema importância, como nosso saudoso Geraldo e o Galinho (Zico) perderam pênaltis contra o Vasco, e em 77 o jovem Tita ficou marcado por essa carga negativa. O presidente Márcio Braga resolveu apostar naquela geração, e deu a última chance no ano de 1978. Eu tenho certeza que, se a gente não tivesse conquistado aquele título, a geração seria dizimada. A gente agradece, até hoje, o respeito que ele teve àquela geração formada em casa. Acho que isso contribuiu muito para que a gente se firmasse como um grande clube. Foi a arrancada para o tri carioca, o título brasileiro, a Libertadores e o Mundial. não quero falar de nomes, pois muitos colaboraram, independente se jogaram uma ano, dois ou três, todos foram importantes – disse o ex-zagueiro.
Conhecido como “Deus da raça”, Rondinelli deixou o Flamengo em 1981. No ano segunite, chegou a jogar no próprio Vasco da Gama. O ex-zagueiro falou da origem do apelido, garantindo que seu amor pelo clube da Gávea era tamanho que morreria feliz para evitar um gol.
– As facções de torcida da época queriam encontrar um jogador que representasse o torcedor em campo, aquele que se entregava. Eu fui um jogador altamente disciplinado, e que também jogava até o último minuto de minha vida. Se eu morresse ajudando a evitar um gol contra o Flamengo, morreria feliz. Dei em muitos momentos a cara para bater, nunca me entreguei.
Flamengo e Vasco se enfrentarão neste domingo, às 18h30, no Maracanã, pela 11ª rodada do Campeonato Carioca. Os vascaínos lideram a competição com 26 pontos. Os rubro-negros estão na terceira colocação, com 23, mesma pontuação do Madureira.
Nunca vi jogador com tamanha raça,
não era um craque mas se valia de sua valentia, um jogador inesquecível.