VP do Fluminense diz que não liberaria Conca ao Fla.

O vice-presidente de futebol do Fluminense, Mário Bittencourt, abriu o jogo sobre a gestão tricolor após a saída da Unimed, após 15 anos de parceria, em entrevista no estúdio do GloboEsporte.com nesta sexta-feira, no Rio de Janeiro. Entre os mais diversos temas, falou também sobre a recente polêmica com o Vasco, apoiou a volta do mata-mata e não escondeu o sonho de assumir a presidência do Tricolor. A montagem do elenco também esteve em pauta. O dirigente negou que Kenedy e Gerson estejam de saída para a Europa, descartou a troca com o Santos de Walter por Thiago Ribeiro e comentou a saída de Conca para o futebol chinês no início do ano.

– Com relação à proposta, vamos ser diretos: o Conca saiu do Fluminense porque não queria desagradar o antigo patrocinador. Não queria entrar com uma ação contra (a Unimed). Sequer quis ouvir a proposta do Fluminense, que era interessante. Simplesmente foi embora, dizendo que era um projeto dele e da família dele. Eu só falei que não o liberava nem para o Corinthians, nem para o Flamengo – disse o dirigente, ressaltando que o argentino chegar a acertar salários com o arquirrival Rubro-Negro.

O rompimento com o antigo patrocinador também foi comentado por Mario Bittencourt, assim como uma possível pressão externa para a saída dos jogadores.

Balanço de 10 meses como vice de futebol

Primeiramente, é complicado fazer uma avaliação própria. Diante das dificuldades, acho que o trabalho está seguindo bem. Ano passado foi de dificuldades. Em 2013, o clube foi atacado de forma injusta e covarde por grande parte da opinião pública. Não fez nada demais a não ser defender seus direitos. Todos queriam ver o Fluminense mal e derrotado em 2014. Além do mais, houve o anúncio da saída do patrocinador depois de 15 anos, o que causou interferência no ambiente. Muitos jogadores estavam com contratado acabando em dezembro e ficaram ansiosos por respostas. Essa situação só acabou na virada para 2015, e precisamos de uma reformulação. O Fluminense está se reconstruindo. Como toda relação, (a parceria) tem o lado bom e o lado ruim. Transformamos rapidamente o Fluminense num clube forte e competitivo. Ainda é cedo, mas acho que vamos montar um time forte e competitivo para 2015.

Ex-patrocinador tentou tirar jogadores do time?

Ouvi muito falar (de a patrocinadora se comprometer a pagar parte dos salários de jogadores em outro clube), mas isso não foi dito diretamente para mim. Também ouvi de alguns jogadores que foram oferecidos. Encaro como um momento de rompimento, as pessoas acabam confundindo as coisas. Sendo o Fluminense o detentor dos direito federativos dos atletas… O que nos incomodou foi a negociação paralela às nossas costas. Isso nos trouxe dificuldades. Estamos em março e ainda temos dificuldades para renovar contratos. Alguns jogadores acabaram saindo pela pressão e pelas propostas. As remunerações eram compostas por parte do Fluminense e por parte do ex-patrocinador. Com isso, os jogadores estavam recebendo menos. Temos um orçamento em 2015 até pela reconstrução do clube. Por isso, fizemos escolhas pontuais. Queríamos ficar com todos. Mas, em primeiro lugar, vimos a vontade de o jogador ficar, e a partir daí fomos negociar.

Planos de estádio próprio 

Temos que pensar nisso, mas primeiro construir nosso CT. É uma opinião minha. Temos o terreno do CT e um vice-presidente, Pedro Antonio, engajado nesse projeto. Os trabalhos já se iniciaram. Temos um contrato de 35 anos com o Maracanã. Então, estádio nós temos por 35 anos. Laranjeiras é ótimo do ponto de vista histórico, emocional e afetivo. É a nossa casa, mas é uma estrutura de 1919 na qual passamos por dificuldades em alguns momentos. E quem sabe conseguimos uma reforma nas Laranjeiras. Ano que vem ficaremos sem o Engenhão e o Maracanã durante seis meses por conta de Olimpíadas. Se fizermos uma reforma nas Laranjeiras, colocar sete mil, oito mil pessoas em jogos do Carioca no meio da semana seria interessante. Está na hora de caminhar para uma coisa diferente.

Polêmica com o Vasco

Existe polêmica alguma. A questão é simples. Pelo que tenho lido, é como se o Fluminense estivesse criando polêmica ou interferindo no direito do Vasco. O Maracanã só tem jogos de futebol hoje porque dois clubes aceitaram assinar o contrato da licitação. Vasco e Botafogo, num primeiro momento, não quiseram assinar contratos com o Maracanã por um motivo claro: ambos possuíam seus estádios. O Engenhão é do Botafogo, assim como o Maracanã é do Fluminense, por contrato. É uma questão curiosa, pois o Vasco priorizou São Januário nos últimos anos. Jogou a final da Libertadores e da João Havelange em São Januário. Depois teve a questão da queda do alambrado. O Vasco não quis assinar o contrato.

Possível final contra o Vasco: Maracanã ou Engenhão 

Vamos esperar. É uma pergunta que tem que ser feita para o presidente da Ferj (Rubens Lopes). Se ele vai tirar um jogo de 80 mil pessoas no Maracanã para um estádio menor, é uma pena. Acho triste. Há anos que não temos essas discussões de estádio, de lado da torcida. É muito ruim que, em 2015, tenhamos uma discussão da década de 80, de 90. Perguntaram a razão pela qual o Fluminense não foi à justiça (mudança do Maracanã para o Engenhão no clássico). Poderia ir. Agora, imagina se ganho uma liminar? Tiro o jogo do Engenhão, prejudico o torcedor, a empresa que detém os direitos de televisão, o campeonato como um todo, prejudico os patrocinadores do Vasco e do Fluminense.

Saída do Conca

Não lembro de ele ter falado do departamento de futebol, mas sim de planejamento. Com relação à proposta, vamos ser diretos: o Conca saiu do Fluminense porque não queria desagradar o antigo patrocinador. Não queria entrar com uma ação (contra a Unimed). Sequer quis ouvir a proposta do Fluminense, que era interessante. Simplesmente foi embora, dizendo que era um projeto dele e da sua família. Eu só falei que não o liberava nem para o Corinthians, nem para o Flamengo. Eu vinha me posicionando que achava que ele negociou com o Flamengo. Depois de ouvir o Rodrigo Caetano (dirigente rubro-negro) afirmar que negociou, mudei de opinião. Tentamos montar um projeto como o do Fred, queríamos ficar com os dois. Iríamos fazer todos os esforços, conseguiríamos novos patrocinadores, mas respeito a escolha dele. É um jogador vencedor na história do Fluminense e é profissional. Jamais falaria da conduta dele em todos os jogos, mas não dá para ficar com um atleta insatisfeito.

Planos para o futuro do Fred

Essa é uma pergunta que deve ser feita a ele. Tivemos poucas conversas sobre o assunto. Já trabalhei com Fred em 2009, em 2011, já fiz julgamentos com eles, sempre conversamos. Se ele concluir o contrato e fizer 10 anos de Fluminense, pode ficar no clube. Mas você vê que ex-jogadores levam anos para decidir. Zinho foi diretor e agora é auxiliar. Seja lá o que Fred for fazer, ele é inteligente. Se concluir o contrato de 10 anos, acho que a relação fica muito forte e passa a ser importante para nós, até por questão de imagem. Um ídolo é muito importante para que se crie novos torcedores. Essa identificação de um jogador vencedor… Dificilmente ele vai desvincular essa imagem do Fluminense, como foi agora com o Léo Moura no Flamengo.

Kenedy e Gerson receberam propostas?

Não existe negociação de momento para os dois. O Fluminense não recebeu nada. Todo dia alguém liga, tem gente querendo vender e comprar. A imprensa é a mola para que isso aconteça. Eles (emissários) ligaram para perguntar quando os jogadores custam e soltam (na imprensa). Proposta é quando aparece no meu e-mail. Quando aparece que o Juventus quer fazer a proposta, é uma coisa. Quando alguém liga perguntando quando custa, é outra coisa. O engraçado que uns ligam e soltam, outros ligam e não soltam. Geralmente as que vazam são as menos sólidas. Existe o planejamento orçamentário de vender jogadores? Existe. Mas podemos vender outros jogadores. Obtivemos dinheiro na venda do Conca e no empréstimo do Cícero.

Reforços para o Campeonato Brasileiro

Vamos reforçar, sim. O que chamam de nome de peso é uma questão pessoal. Às vezes tem um jogador vencedor que o torcedor não reconhece como de peso. Devemos fazer uma ou duas contratações visando ao Brasileirão. Esse início é para avaliar. Temos total condição de disputar o Carioca com este elenco, e então vamos buscar alguma coisa para o Brasileiro. Ouvimos críticas, e isso é ótimo, mas tivemos muitas contusões neste início. Fratura no nariz do Marlon, lesão do Gum, lesões de outros jogadores, o Renato… Hoje estamos jogando com uma defesa combalida. Pensávamos em seis jogadores e temos três.

Planos de virar presidente

Desde garoto, meus amigos diziam que eu viraria presidente do Fluminense. Tenho esse desejo, obviamente, nunca escondi isso de ninguém. Mas é cedo para discutir. Há um presidente no Fluminense, e tem quase dois anos até as próximas eleições, no fim de 2016. Hoje me sinto extremamente preparado pelo que já vivi no clube. Conheço bastante as questões das dívidas. Atuei na área trabalhista. Conheço os problemas do clube. Atuo na área desportiva há anos, e é a terceira vez que passo pelo departamento de futebol. Participei de três gestões diferentes. É um sonho pessoal, mas não penso nisso no momento. Tenho uma serie de problemas para resolver.

Mata-mata ou pontos corridos

Particularmente, acho importante a volta do mata-mata. O campeonato de pontos corridos, naquelas últimas rodadas, tem muita gente disputando pouca coisa, o que acaba trazendo um prejuízo. Em um campeonato onde se classificam seis ou oito, teremos gente na 13ª posição ainda brigando na reta final do campeonato. Ouvi outro dia o Dunga falar e concordei com ele: é no mata-mata que você qualifica o jogador para jogos decisivos.

Walter por Thiago Ribeiro

Houve um contato, que não evoluiu por questões financeiras. Queríamos fazer uma equação em que ficasse dividido meio a meio. O Santos tinha uma equação na qual iríamos ter um custo mais alto do que poderíamos. Tentamos, mas não aconteceu. Por enquanto é isso: o Walter aqui, o Thiago lá.

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