Fonte: Fanpage Magia Rubro Negra
É claro que é preciso aguardar que todos os clubes divulguem seus balanços, mas tudo indica que o Flamengo voltará a ser o clube de maior arrecadação do país.
A receita do Flamengo já tinha dado 2 grandes saltos. O primeiro em 2011, quando cresceu 43% em comparação ao 2010 – fruto do aumento da cota de TV e dos royalties. O segundo em 2013, quando cresceu 29% sobre o ano anterior – quando novos componentes se agregaram ao faturamento.
Até 2012 o clube vivia basicamente das cotas de TV e das verbas de patrocínio/licenciamento (estas, contrariando o senso comum, não eram tão ruins, pelos menos quando comparadas ao período anterior, pois praticamente triplicaram).
As grandes novidades a partir de 2013 foram o aporte de duas novas fontes de receita.
Uma já existia, mas era pouco relevante: a bilheteria.
O Flamengo em 2012 arrecadou menos de R$ 9,5 milhões na bilheteria (ano, inclusive, que disputou a Copa Libertadores). Isso representava 4% da receita total. Em 2013 foram mais de R$ 48 milhões na bilheteria, chegando perto de 1/5 da receita total.
Em 2014 a performance piorou um pouco, porque sem chegar às finais da Copa do Brasil, o clube arrecadou R$ 40 milhões nos estádios. O peso relativo da bilheteria nas receitas totais caiu para 12% – mais ainda assim é o triplo do que era em 2010 e sobre uma base de comparação bem mais elevada.
Foi à base de muitas críticas que a políticas de preços altos se impôs. Mas o tempo é mesmo o senhor da razão. Olhando para os números, fica difícil voltar atrás. O Flamengo precisa cobrar de quem vai assisti-lo em campo um preço que seja compatível com as suas necessidades financeiras. E os ingressos mais altos – essa é a grande ironia – não afastaram o público dos estádios.
A segunda receita nova, introduzida em 2013, foi o programa de Sócio Torcedor. No seu primeiro ano foram arrecadados R$ 16,5 milhões. Em 2014, foram mais de R$ 30 milhões nos cofres dos clubes.
Há uma competição um tanto esdrúxula entre torcedores que ficam comparando um ranking para saber quem está em primeiro na quantidade de sócios. É o tipo de discussão que o torcedor deveria evitar. Afinal, o que realmente interessa é saber qual torcida é maior do que a outra. Mas como não há dúvidas de que a torcida do Flamengo é muito maior do que qualquer outra, estamos fora desse debate.
O ranking de quantidade de sócios é um desserviço ao imaginário do torcedor, simplesmente porque os programas são muito diferentes entre si e, portanto, seriam incomparáveis (é o mesmo que comparar bananas com maçãs). O objetivo de um programa de sócio torcedor não é estimular discussões de botequim ou de redes sociais, mas sim colocar dinheiro no cofre dos clubes.
O Internacional, por exemplo, se ufana de ter 100 e tantos mil sócios, mas em 2013 arrecadou “apenas” R$ 39 milhões. O Flamengo, com a metade disso, arrecadou quase a mesma coisa. O Corinthians, outro na nossa frente, arrecadou até menos em 2013, R$ 27 milhões.
Na perspectiva do torcedor do Flamengo o que conta é que o programa de Sócio Torcedor, individualmente considerado, já é o maior “patrocinador” do clube. É importante que ele siga crescendo e se aperfeiçoando (e pode e deve se aperfeiçoar mais e mais). Entretanto, o que cada um de nós precisa ter em mente é a alta relevância que ele possui. Por isso, insistimos, o objetivo nunca é trazer “mais gente”, é trazer “mais dinheiro” e esse papel o NRN vem cumprindo.
Em 2014, apareceu outra receita inédita: os Incentivos Fiscais, consequência direta de andar em dia com os impostos. Graças ao fato de estar caminhando para ser um clube cidadão, o Flamengo conseguiu captar quase R$ 22 milhões em projetos de incentivo. Esse número, por si só, já é impressionante, mas ele é ainda mais significativo quando olhado de forma isolada, excluindo-se o futebol.
Nos esportes olímpicos, a captação de incentivos chegou a R$ 17,7 milhões (há projetos de incentivo no futebol também). Isso representa 40% de toda a receita que o clube conseguiu fora do futebol, incluindo mensalidades dos sócios, receitas de aluguel, patrocínio e licenciamentos e outras.
Voltando ao futebol, as receitas de marketing também melhoraram bastante. Elas foram de cerca de R$ 80 milhões, um crescimento espantoso de 50% sobre o ano anterior (que já tinha sido bom). Em comparação a 2012 temos um avanço de 132%. E olha que 2012, na nossa opinião, nem tinha sido tão ruim. Quem olha para 2009, ano do Hexa, conclui que em 5 anos o Flamengo impôs um crescimento nominal de 427% em suas receitas de marketing (ou seja, mais do que multiplicou por 5).
Outra receita que melhorou foi a do repasse de direitos federativos. Na análise que fizemos ano passado criticamos o fato do clube ter passado 2013 sem fazer um mísero negócio. Realmente, não tem cabimento um time como o Flamengo passar 1 ano inteiro sem vender ninguém.
Pois em 2014 foram R$ 19,7 milhões de direitos econômicos. Parte deles, como é notório, ainda não entrou no cofre, trata-se do rolo da venda do Hernane, que para tristeza dos autores do artigo, fãs de primeira hora do Brocador, nos deixou sem gols e sem dinheiro. A esperança é que uma hora qualquer, a grana, ao menos, entrará.
Por fim, as cotas de transmissão de TV, que seguem estáveis, com R$ 115 milhões (aliás, em 2013 elas tinham até caído um pouquinho em comparação à 2012).
Aqui o que importa destacar é o peso relativo dessa verba na composição da arrecadação. Em 2012 ela representava 54% da receita total. Em 2014, 33%.
É evidente que o dinheiro da TV vem perdendo importância relativa para o Flamengo e de forma muito acelerada. Em apenas 2 anos despencou de mais da metade do bolo para apenas 1/3.
Enquanto os adversários andam por aí arrancando as calcinhas pela cabeça buscando reduzir o quinhão do Mais Querido para tentar nos atingir, o Flamengo vai dando mostras de que a inveja talvez seja inútil.
O Flamengo, quem diria, virou, finalmente, uma máquina de arrecadar dinheiro.
Magia Neles
Jeff e Walter Monteiro
Até a corja já deram folga para o blues, afinal eles são inteligentes, não honestos, mas inteligentes….