Fonte: GE
O que sobrava, agora falta. O que faltava, agora sobra. Na mudança das Laranjeiras para o Ninho do Urubu, Cristóvão Borges terá de se adaptar ao perfil de um novo grupo. Os organizadores que podia escolher no Fluminense não fazem parte da realidade do Flamengo. Assim, a chance de o técnico manter o estilo de jogo que considera ideal diminui. Pelo menos até que reforços cheguem ao Rubro-Negro – a contratação de Paolo Guerrero está perto de ser anunciada. Por outro lado, ele ganhou aquilo que mais pediu nos 11 meses em que trabalhou no Tricolor: jogadores de velocidade.
Cristóvão foi demitido do Fluminense no fim de março deste ano, justamente seu adversário neste domingo, no Maracanã, às 18h30, pela quarta rodada do Brasileirão. Depois que o grupo passou por uma profunda reformulação, a equipe que ele chegou mais perto de considerar a ideal tinha Diego Cavalieri, Wellington Silva, Gum, Marlon e Giovanni; Edson, Jean, Gerson e Wagner; Kenedy e Fred.
No quarteto ofensivo, Wagner e Gerson flutuavam e mudavam de posição constantemente. O primeiro, no entanto, jogava mais aberto pela esquerda e tinha como missão acompanhar o lateral adversário com a ajuda de Giovanni. Pelo lado direito, Kenedy fazia o mesmo. Centroavante, Fred ocupava a parte central do ataque, mas também saía da área para ajudar na abertura de espaços.
Na passagem pelo Fluminense, Cristóvão trabalhou com vários homens de criação. Primeiro, Darío Conca, Wagner e Cícero. Depois, Wagner, Gerson, Robert e Vinícius. Só que no Flamengo esta posição é a mais carente no momento. Dos quatro armadores do elenco, dois estão fora. Mugni, com caxumba, e Almir, com uma fratura no cotovelo esquerdo. Everton e Arthur Maia são as únicas alternativas. Já os principais atacantes estão à disposição. Marcelo Cirino, recuperado de um edema na coxa esquerda, Alecsandro, Eduardo, Gabriel e Paulinho – Nixon, em recuperação de cirurgia no joelho esquerdo, ainda está fora.
A formação com dois atacantes de velocidade abertos e um atacante centralizado foi a favorita de Cristóvão em boa parte do trabalho no clube anterior. No Flamengo, teria problemas para encontrar esses dois armadores. Uma das possibilidades: escalar Cirino aberto pela direita, Alecsandro centralizado, e Paulinho (Gabriel) aberto pela esquerda. Everton ou Arthur Maia poderiam ficar à frente dos volantes marcadores.
No Fluminense, Cristóvão sempre optou por proteger a zaga com um volante mais marcador (Edson) e um que sai para o jogo (Jean). Só mudou a formação quando não houve outra alternativa. Os volantes à disposição no Flamengo são Cáceres, Jonas e Márcio Araújo, mais marcadores, e Canteros e Luiz Antonio, que se aproximam mais do gol.
Serão só dois treinos até a estreia dele no Fla-Flu. Um na tarde desta sexta-feira, às 15h30. O outro na manhã de sábado, às 10h. Pouco tempo, mas muito trabalho pela frente.
Será que Cristóvão vai ter coragem de ousar? Escalar: P.V. Pará, Samir, Bressan, Armero; Jonas, Canteros, Everton, Paulinho; M. Cirino e E. da Silva.