A arte de saber parar de jogar e os ex-jogadores em atividade

Fonte: Falando de Flamengo

Festa igual a do Zico, o Bebeto não vai ter… eu estava no Maracanã na despedida do Galo e lembro da Magnética cantando a plenos pulmões toda a contrariedade com a, então, recente troca feita pelo atacante. Saiu do maior clube do mundo para o inominado da cruz de malta.

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Leo Moura foi mais esperto! Talvez já conhecendo a história do Bebeto, esperou a festa para passar umas férias na Flórida e ligar para várias pessoas e então bater à porta de um dos clubes médios que, por proximidade geográfica, tentam rivalizar com o Flamengo (aquele mesmo inominado do Bebeto). Eis que até a boleirada brasileira se revolta contra a atitude impensada do antigo capitão da Gávea e, rendido ao óbvio, Moura desiste da ideia e pede exílio em Coritiba.

E é na crítica dos ex-jogadores, que agora são comentaristas, como Belletti, Caio, Alex e o nosso Junior, que reside alguma esperança que a boleirada não esteja perdida no Brasil.

leo-moura-coritiba1-e1435156990285Digo isso porque nos últimos dez anos, os jogadores brasileiros inventaram a figura do ex-atleta em atividade, sem a esperada indignação daqueles que vivem o mundo do futebol. Tivemos atletas fumantes, obesos, alcoólatras e desinteressados que, em vez de abandonar a carreira e curtir os milhões já amealhados, se puseram a procurar contratos caça-níquel e a manchar a, já arranhada, imagem do atleta brasileiro no exterior. Isso não é um fenômeno?

Espero que, essa reação negativa à tentativa tresloucada do Léo Moura de faturar alguns trocados a mais, à custa da identificação que ele tem com a parte menos informada da Nação, seja um marco para que se pare de tratar o final de carreira de jogadores bem sucedidos como uma possibilidade de independência financeira. Esses já são independentes. Se são gananciosos; é outro problema!

Queria muito que Leo Moura tivesse copiado a atitude de Xavi ao deixar o Barcelona e que Ronaldo, Roberto Carlos, Ronaldinho Gaúcho, Adriano e outros, tivessem copiado Zidane. Não quer mais? Para.

Não é só isso, mas o 7×1 também passa por esse tipo de atitude.

Em tempo: Bebeto não teve mesmo uma festa igual à do Zico.

Ver comentários

  • Concordo. Acho até vergonhoso esses ex-jogadores tirarem vagas de jovens promissores que muitas vezes nem vingam nos clubes que os projetam por falta de oportunidade.SRN

  • o pior é quem contrata... Contrata pelo nome, pelo passado, mas não faz avaliação sobre o que o jogador produziu no último ano. Ve só o currículo