Fonte: Goal
Em terra de cego quem tem um olho é rei, diz o ditado. E em futebol sem camisa 10, quem sabe correr, criar chances e fazer gols recebe o número dos craques. Há seis meses, o Flamengo busca alguém para ser o cérebro do time no meio de campo. Já especularam Montillo, Ganso… mas enquanto o tão esperado nome não chega para herdar a do Zico, Emerson Sheik pode ser a solução temporária.
No ano passado, neste mesmo espaço, escrevi sobre o papel de ‘falso armador’ desempenhado por Sheik em seu curto e conturbado período no Botafogo. Aos 36 anos, Emerson ainda consegue se movimentar bastante pelo campo de ataque e sua carreira comprova: ele é decisivo. E, melhor ainda para ele: não chega desta vez com peso para ser o craque do time. Com responsabilidade um pouco mais leve, Sheik pode ajudar bastante o Rubro-Negro.
Durante a atual temporada, Emerson atuou quase sempre pelos lados do campo, sendo na maioria das vezes pela esquerda. No time comandado agora por Cristóvão Borges, este lugar é de Everton. Do outro lado, apesar da queda de rendimento em relação ao que dele se esperava, Marcelo Cirino ainda pode se recuperar. O ataque será todo de Paolo Guerrero, companheiro de Sheik no Corinthians.
Ou seja: se o 4-2-3-1 for mantido, Sheik poderia muito bem jogar mais centralizado, atrás de Guerrero – e, lógico, trocando posições com os outros meias-atacantes. Na variação para o 4-1-4-1, o apoio de Canteros pode ajudar Emerson a criar oportunidades de gol. Entretanto, se Cristóvão não quiser usar o seu novo camisa 11 mais direcionado pelo meio, a opção pelo 4-3-3 formando linha de ataque com Guerrero e Cirino pode ser muito forte com um time acertado.
No Brasileirão 2015, os números de Emerson ainda não são muito fortes. Afinal de contas, ele fez apenas três jogos – todos como reserva utilizado. Mas uma medida do quão útil o veterano pode ser para o Flamengo (levando em conta a qualidade técnica do nosso campeonato) está na comparação entre as suas sete partidas pela Libertadores, em relação ao mesmo número de participações, nesta Série A, de Renato Cajá, melhor jogador do Brasileirão até aqui, com a Ponte Preta. O camisa 10 da Macaca tem uma leve vantagem (bem maior na criação de chances), mas participa muito mais das ações em campo por ser o principal criador de jogadas da equipe de Campinas.
Emerson Sheik não é a contratação de ‘fechar aeroporto’ que o time da Gávea prometeu nos últimos meses. Mas pode ser uma peça muito útil ao Flamengo, que busca recuperação para sair da parte de baixo da tabela e, quem sabe, lutar no pelotão de frente do Campeonato Brasileiro. Se conseguir fugir das confusões extracampo e dos cartões dentro dele, será muito mais do que um talismã para os flamenguistas.
Ele é o cara….
Nunca foi meia armador nao é a dele.