Entramos com 3 volantes e saímos com 3 pontos

Não vou negar, eu fui um dos que gostou da contratação do Cristóvão, não por ser o Cristóvão mas sim por tirarem o Luxemburgo da beira do campo do Flamengo, pois os números mostram pra quem quiser ver que o Luxemburgo é um técnico ultrapassado e precisa se reciclar.

Até então tudo bem, nos Rubro-Negros tivemos paciência com o recém chegado Cristóvão Borges e tivemos até muita paciência, com seus treinos meio período, com suas substituições erradas e principalmente com o fator 3 volantes, até aí eu não vejo diferença nenhuma do Luxemburgo, porém com a chegada de reforços principalmente do Guerrero o Flamengo conseguiu resgatar um pedaço da sua dignidade dentro de campo, não está bom, não adianta eu chegar aqui e falar que ta legal, ta fluindo e tudo mais, ganhou os 3 pontos e só. Passou mais tempo sofrendo do que aliviando nossos corações.

O jogo contra o Internacional foi um jogo atípico para o uso dos 3 volantes. O Flamengo jogou atrás e aceitou sua dependência de jogadores, ou seja, parou de falar “Nós somos time de G4” e passaram a pensar “Nós temos limitações, mas vamos lutar pra melhorar” tudo isso juntamente com a fase do Internacional levou aquela vitória que iniciou nossa arrancada. Mas como nem tudo são flores, estavamos no céu e fomos direto pro Inferno, sem nossas novas referências, Guerrero e Sheik e com o uso dos 3 volantes dentro de casa, fomos envolvidos pelo Corinthians que se formos analisar, jogou com apenas 1 volante de marcação e uma linha de 4 jogadores ofensivos mas que no decorrer do jogo realizavam a marcação.

Ontem não tão diferente do jogo contra o Corinthians, fomos envolvidos por algum tempo pelo Goiás, que aproveitou a euforia de um momento e atacou sem parar, e que se não fosse São César, poderiamos ter ido pro chuveiro com uma desvantagem ampla. Deu pra ver o seguinte, o Flamengo com 3 volantes não consegue defender e tão pouco atacar, pois o único que é rápido mas não é bom é o Márcio Araújo que aparece muito no ataque e deixa um buraco atrás, Cáceres não é rápido e é fácilmente envolvido com uma troca de passes rápida e Canteros, nem preciso falar, muito me surpreende a subsituição dele. O Flamengo fica com um buraco muito grande entre VOLANTES  e LINHA DE FRENTE, aquele setor onde era pra ter o nosso camisa 10, que chega, protege e articula uma jogada, fica muito vazio e é ali que nasce uma jogada de perigo, qualquer chute pra frente ou qualquer toque de bola para os volantes a marcação aperta e é necessário tocar pra trás ou chutar pra fora, até que Cristóvão deve ter ouvido uma opinião, pois ele não é inteligente a esse ponto e colocou o Alan Patrick, o Flamengo ganhou aquele buraco no meio campo, na verdade ganhar é até errado de se dizer, vamos dizer que ocupou um vazio que havia na disposição tática. A marcação nas pontas em cima de Cirino e Éverton era forte, sempre dois chegando e pressionando até que em uma troca de passes muito bem tramada pelo meio surgiu o gol do Cirino, que não marcava a 3 meses.

O Flamengo foi melhor no segundo tempo com as mudanças, mas nada que seja pra comemorar, pois tem muito que melhorar por que ainda assim sofreu, mas do que importa né? Fomos para Goiás com 3 volantes e saímos de Goiás com 3 pontos, uma troca justa de um time que ta com sorte, sorte de campeão. Mesmo com as vitórias, sinto a falta de um técnico que realmente faça o trabalho da maneira correta, pois ainda estamos sem padrão tático, a jogada nasce do chutão que para no peito do Guerrero, aí sim começar a ter qualidade, a referência do nosso 9 na área é um fator positivo duplamente, um pelos gols e outro por puxar uma marcação individual, o que facilita as jogadas pelos flancos.

Vamos ter fé que tudo vai melhorar, vamos meu Flamengo, rumo ao Hepta e o meu ingresso de sábado já está comprado, corra pra comprar o seu, se for sócio não precisa nem sair de casa.

Cleito Junior