Flamengo: políticas, rachas, divisões e fusões. Foi dada a largada

Fonte: Falando de Flamengo

A eleição para presidente do Flamengo está a todo vapor e já transcende os bastidores da Gávea para o público. Torcedores, sócios ou não, dão o seu posicionamento para os candidatos já lançados nas redes rociais. Para falar da eleição do Mais Querido e do seu processo eleitoral temos que nos remeter aos grupos. Hoje a política é passada por eles (os grupos) que de forma conjunta escolhem seus nomes para o pleito.

Na situação temos alguns grupos que se destacam como o Sócios Pelo Flamengo, que segundo o atual mandatário, Eduardo Bandeira de Melo, ‘exigiu’ (SIC) a sua candidatura e o Flamengo Acima de Tudo, que unidos vão apoiar a candidatura a reeleição do atual mandatário. O presidente conta com seu carisma, o jeito sereno e simpatia que agrada a muitos torcedores que julgam o seu perfil como o mais adequado para continuar a frente do clube.

Bandeira deve contar ainda com o apoio dos grupos Sinergia Rubro-Negra e Ideologia Rubro-Negra que não se manifestaram ainda. Fora o apoio desses movimentos, há o apoio de quem permaneceu com o mandatário no racha que houve com a candidatura de Wallim Vasconcellos. Entre eles, Flávio Willeman (vice-jurídico), Cláudio Pracownik (vice de administração), Rafael Strauch (vice do Fla-Gávea), Pedro Iootty (vice da secretaria geral), Pedro Almeida (vice de tecnologia da informação), José Rodrigo Sabino (vice de marketing) e Alexandre Wrobel, ex vice de futebol e patrimônio nessa gestão, nome que já vem ocupando pastas desde o mandato da ex-Presidente Patrícia Amorim. Vale salientar que alguns vice-presidentes que ficaram ao lado de Bandeira, fazem parte de sua maior base política, o ‘SóFla’.

Grupo original permanece unido

No outro pólo temos Luiz Eduardo Baptista, o Bap, (ex-vice de marketing da atual gestão), Wallim Vasconcellos, que será o candidato e Rodolfo Landim como vice presidente. Inclusive, essa era a configuração inicial no pleito de 2012. A tese da administração em grupo é defendida por Bap e Wallim, que alegam um acordo não cumprido por Bandeira de Mello que acabou gerando a cisão entre os “azuis”. A candidatura dita ‘dissidente’ pelos correligionários da atual administração, conta com nomes muito importantes na reestruturação do Flamengo pós dezembro/12, e considerados fundamentais como continuação do trabalho que vem sendo realizado.

Rodrigo Tostes (vice-presidente de finanças), Gustavo Oliveira (vice de comunicação) e Carlos Langoni (vice-presidente de negociação da dívida do clube), são alguns deles. O grupo conta ainda com o apoio de Ruben Osta, presidente da Visa Brasil e David Zylberstajn, sócio diretor da DZ Negócios. 95% desses nomes de peso vêm desde a criação do movimento Fla21, chapa que em 2009 teve João Henrique Areias como candidato, e que não foi adiante por conta da debandada de alguns poucos membros ao apagar das luzes para se juntarem ao então candidato Plínio Serpa Pinto (homem forte da gestão Kleber Leite), numa aliança que estes consideram ‘pragmática’. Esse foi modelo (o da Fla21) de criação para o plano de governo implantado hoje no Flamengo da Chapa Fla Campeão do Mundo.

Apoio de peso

Zico, o maior ídolo da história do Flamengo, assim como fez em 2012, já declarou apoio a Wallim e Landim por ser o grupo original que ele apoiou desde o inicio. Zico é inegavelmente um apoio de peso, e segundo Wallim, no inicio de agosto em entrevista coletiva, será apresentado todo o grupo que o apoia que segundo o mesmo está “mais robusto” do que em 2012. Somando-se a isso, há a possível aliança com grupos tradicionais da política rubro-negra. Vasconcellos inclusive afirmou; “nós achamos que o grupo é mais forte do que a pessoa, e eles acham que a pessoa (Eduardo Bandeira de Mello) é mais forte que o grupo”.

‘Terceira via azul?’ e os protagonistas de sempre

A ‘terceira via’ da Chapa Azul é o Deputado Estadual no Ceará, Gony Arruda. O Deputado mantém diãlogo com diversos grupo políticos e ainda não se posicionou oficialmente se vem ou não candidato. Gony conta com a simpatia de Bap e Wallim. Numa posível aliança, Gony deve optar pelo grupo original formado em 2012.

Seguindo de forma independente com o grupo Flamengo Nova Geração, Lysias Itapicurú prega a volta do protagonismo esportivo do Flamengo no desporto nacional. Itapicurú que em 2012 abriu mão se sua candidatura para compor, na época, com Jorge Rodrigues (então candidato pela Chapa Rosa), diz que não pretende fazer o mesmo nessa eleição. Segundo ele, a composição na época foi um erro. Disse estar aberto ao diálogo, mas não pretende compor dessa vez. Lysias foi único a se manifestar oficialmente como candidato e já deu entrevista ao Blog Ser Flamengo.

Oposição a atual gestão, o grupo União Rubro-Negra em reunião na próxima semana vai escolher o nome do seu candidato. O movimento é a união de diversos grupos da oposição que já haviam se unido para concorrer a eleição do Corpo Transitório do Conselho Deliberativo. Nos bastidores, surge com força o nome de Cacau Cotta, ex vice-presidente de Administração e do Fla-Gávea na gestão de Patrícia Amorim.

Outros atores da batalha política que está por vir ainda não foram descartados. Jorge Rodrigues, Grande Benemérito do Flamengo, pode novamente lançar candidatura. Caso não se confirme, empenhar seu apoio ao grupo União Rubro-Negra. Outro que já havia lançado candidatura é Gonçalo Veronese pelo grupo Fla Tradição e Juventude, grupo de Leonardo Ribeiro, o Capitão Léo. Entretanto, ambos foram punidos pelo Flamengo. Gonçalo depende de uma decisão judicial para concorrer.

Esse é o panorâma atual da nada calma política do Rubro-Negro para a eleição de Dezembro. Tem Eduardo Bandeira de Mello condições de gerir o Flamengo sem os principais pares que estiveram ao seu lado até o momento? Teria Wallim chances de alcançar o mesmo sucesso na sua administração agora como presidente? Gony vem candidato? A oposição conseguiria fazer com que a eleição não polarize entre os “azuis”? Teremos mais candidatos? Só o tempo dirá!