Fonte: GE
Além da qualidade técnica que mudou o time rubro-negro, peruano mostra vontade e se entrega em campo, perturbando os zagueiros e também roubando bolas
Desde o momento da entrada em campo, quando se benzeu antes que começasse a partida, até o apito final, quando foi cercado por jornalistas, Paolo Guerrero viveu pouco mais de 90 minutos, com acréscimos, de um protagonismo que estava faltando ao Flamengo. Decidiu o jogo contra o Internacional, fora de casa, logo em sua estreia: gol, assistência e boa atuação. E gerou esperança ao torcedor rubro-negro para terminar de vez o namoro com a zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro.
A história de Guerrero no Flamengo começou a todo vapor. O ato de se benzer antes do apito inicial pareceu ter surtido efeito, pois logo aos 2 minutos a oportunidade apareceu. Chegou de carrinho no cruzamento de Emerson Sheik, que já tinha sido seu parceiro no Corinthians, e por pouco não tocou na bola. A garra em campo também ficou clara bem cedo, com uma roubada de bola em cima do colorado Valdívia. Em seguida tentou tabela com Sheik, que também não deu certo. Aos 9, errou um chute de primeira no ar, mas o impedimento já havia sido marcado.
Fazendo o trabalho de pivô, segurando a bola na frente e chamando o time para o ataque, Guerrero era a peça que faltava na engrenagem do Fla. A formação tática foi feita para ele, com Sheik na ponta direita, Everton na esquerda e Canteros como meia mais ofensivo. Solto na frente, o camisa 9 não tinha a responsabilidade de marcação, a não ser de pressionar a saída de bola rival, o que fez com êxito. E o gol demorou somente 10 minutos para acontecer. O atacante aproveitou escorada de cabeça de Canteros, que estava impedido, e mostrou oportunismo ao marcar de pé direito. Empurrou de sola para as redes, como se estivesse empurrando a crise para longe. Na comemoração, mostrou o espírito de grupo e chamou todo o time, agradecendo principalmente a Canteros pela assistência.
– Vamos, vamos, vamos! – gritou o peruano, com sorriso de orelha a orelha.
Foi aí que Alan Costa e Ernando, especialmente o primeiro, devem ter se dado conta do perigo. Guerrero raramente entrava no campo de defesa, exceto quando voltava para ajudar na bola aérea em cobranças de falta rivais. Com sua presença de área, tornou-se preocupação constante para a dupla. E ainda distribuiu bem o jogo no campo de ataque.
Chapéu, dores e vaias dos colorados
Aos 30, recebeu passe longo e, num lance de habilidade, de primeira buscou o chapéu. Levou a falta, ficou caído e precisou de atendimento médico. Foi para carrinho-maca mancando e deu um susto na torcida ao levar a mão à coxa esquerda. Mas, assim que saiu, já pediu autorização do árbitro para voltar. Por isso, levou vaias dos colorados no Beira-Rio.
Aos 39, Ayrton procurou a referência na área, mas errou o passe. Se acertasse, encontraria Guerrero livre para marcar novamente. Ciente da chance desperdiçada, o peruano levou as mãos à cabeça e se lamentou. Em seguida, roubou mais uma bola. O cansaço da maratona de chegada ao Fla, até aí, estava passando longe. Tanto que ele deu um pique no intervalo e driblou os jornalistas. Foi o único a sair correndo de campo, indo direto para o vestiário e evitando entrevistas. Ele queria garantir a vitória primeiro.
Se Guerrero pecou em algum aspecto, foi nos impedimentos, que já vinham sendo um ponto crítico do Flamengo nos jogos anteriores. Aos 4 e aos 7 minutos do segundo tempo, ficou em posição irregular e desperdiçou duas jogadas. Mas o restante compensou – e como compensou. Aos 10, voltou a importunar a defesa adversária e a forçou a dar chutão para aliviar a pressão na saída de bola. Mancou e voltou a botar a mão na coxa esquerda. Mas seguiu em campo.
Assistência primorosa para Everton
Mais três jogadas vieram na sequência. Aos 14, deu bom passe para Sheik, mas que acabou sendo longo demais, permitindo que o goleiro Muriel tirasse de lá. Aos 18, recebeu bom lançamento de Jorge e dominou com extrema categoria, já colocando a bola na frente. Passou para Canteros, mas a defesa afastou. E teve novo momento de brilho aos 22, quando fez o pivô, dominou com a direita e puxou para a esquerda, com muita habilidade, deixando a bola com açúcar para Everton, que mandou no ângulo e ampliou o placar para 2 a 0. Mais um importante passo para a vitória no Sul.
Mesmo cansado pela maratona da chegada ao Rubro-Negro, Guerrero lutou até o último minuto. Entre um pique e outro, arriscou um chute forte de fora da área, mas passou a correr menos. Numa cobrança de escanteio, a torcida reconheceu o valor do novo ídolo o gritou seu nome na arquibancada. Ele ainda ajudou no finzinho, tentando segurar a bola na frente para frear o momento de empolgação do Inter após a gol de Ernando, ocorrido aos 47. E o triunfo, importantíssimo para o Flamengo, confirmou-se: 2 a 1. Na saída, aí sim, atendeu a imprensa, que se concentrou nele. Cumprimentou o parceiro Sheik antes de entrar no vestiário. A missão estava cumprida. Guerrero tem estrela. E ela brilhou na quarta-feira.
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