Fonte: Falando de Flamengo
Confesso a vocês que, depois do jogo contra o vice, procurei me anestesiar para evitar o sofrimento que o Flamengo tem causado. Lembrei da experiência que passei em 2013 quando, no auge da emoção pela conquista da Copa do Brasil, fui escolhido para representar a Nação e receber a faixa de campeão junto com o elenco no quase fatídico jogo contra o Cruzeiro. Se é com aquela frieza que o elenco recebe a Nação, eles não merecem muita consideração da minha parte mesmo não.
Lembrei dos vídeos do Everton, da foto do Bonde da Stella, das ligações do Léo Moura para o Eurico… e pensei: quer saber? Esses caras não pagam as minhas contas. Só estão me dando aborrecimento. Não vejo mais nada enquanto não melhorar.
Mas eis que me enviam um vídeo de um menino chorando ao cantar o hino em um aniversário infantil, e eu me vejo criança naquele vídeo. Sempre fui desses que nas derrotas preocupava os pais de tanto sofrimento. E lembro que amor é assim; incondicional.
Estarei de volta à frente da TV, sofrendo com a indolência do meio-campo, com a preguiça do ataque e com a incompetência da defesa, na esperança de que, mesmo fazendo tudo igual, as coisas sejam diferentes. Isso é fé! Para amar o Flamengo, não se pode querer nada em troca; mas para trabalhar no Flamengo, é exigido entrega, disposição e coragem; porque, lembrando Milton Nascimento, a fé é cega, mas a faca é amolada. Tem gente merecendo bilhete azul…
Que hoje, nossos jogadores demonstrem vergonha na cara, porque eles representam muitos como aquele menino que chora na festa, e esses meninos precisam sorrir um pouco mais.