Fonte: GE
A “Guerrero-dependência” é sustentada pelos números. Em três jogos, só vitórias e média de um gol por compromisso. O centroavante, evidentemente, evita o status e nega ser insubstituível. Técnico e capitão do Flamengo, respectivamente, Cristóvão Borges e Wallace repelem a palavra dependência, mas não se furtam de reiterar a singularidade do peruano dentro do elenco. Ambos convergem na certeza de que não há peça semelhante no Ninho do Urubu. O comandante rubro-negro deixou isso claro quando foi convidado a comentar a ausência de Emerson Sheik no jogo deste domingo, contra o Goiás, às 16h (de Brasília), no Serra Dourada.
– Ele (Emerson) vem jogando muito bem, e a gente sabe que tem contribuído. Dá muito trabalho com movimentação e velocidade. A diferença é com a ausência do Guerrero. Sem o Guerrero, a gente tem que mudar a nossa maneira de jogar. Se quisermos manter essa característica de jogar (com um atacante de velocidade), temos outras opções. A falta do Guerrero muda muito por não termos jogadores semelhantes. Muda o sistema. Não tem outro jogador igual ao Emerson, mas tem jogadores com características parecidas – diferenciou.
Wallace já é mais específico e trata da principal mudança que o Rubro-Negro teve com a chegada de Guerrero, além dos gols, é claro. Acredita que, com o 9 peruano, a bola fica mais no setor ofensivo.
– Não sei se é dependência, mas que a gente precisa muito dele é fato, vem muito da característica de jogo. Ele tem esse timing de segurar a bola, esperar os caras que vêm de trás. Trago um número que foi do jogo do Vasco, trocamos 465 passes, e o Vasco, 112 (na verdade, foram 427 certos do Fla contra 132 do Vasco, com 33 e 29 errados, respectivamente). Foi um número elevado, mas não tinha o cara para segurar a bola – disse.
O futebol de Guerrero não é o único artigo de luxo trazido pelo jogador, segundo Cristóvão Borges. Apesar do jeito caladão, as atitudes têm feito o jogador de 31 anos tornar-se rapidamente um líder junto ao grupo flamenguista.
– Não o conhecia, só (tinha contato) de jogar contra. É uma pessoa tímida, mas me chama bastante atenção como é concentrado em tudo que faz e como se cobra. Isso é bastante interessante. O ídolo é referência o tempo inteiro, e uma referência positiva assim é importante num lugar onde há muitos jovens, como é o Flamengo. Acrescenta e nos ajuda muito com esse seu comportamento positivo. É importante, um jogador decisivo, goleador. Chegou, sua adaptação foi fácil num ambiente muito bom, saudável. Está integrado, feliz e fazendo gol. Fez gols em todas as partidas, e gols que foram decisivos. É uma contribuição que já sabíamos que ia acontecer e esperamos que isso continue – torceu o zagueiro.
Também agrada a Cristóvão o grande entendimento entre Guerrero e Emerson Sheik, bônus oriundo do tempo em que foram companheiros no Corinthians.
– É importante porque você ganha tempo. São grandes jogadores, experientes, decisivos e respeitados. E ainda chegam com entrosamento, o que é um passo à frente. Estamos nos beneficiando disso. O resultado prático está aí e traz um benefício para todos os jogadores.