Romário tem a obrigação de explicar. Como R$ 7,5 milhões estão depositados no seu nome na Suíça?

Fonte: Cosme Rimoli

“Galera, bom dia
Na quinta-feira, fui informado por um repórter da Veja que eu tinha uma conta na Suíça com o saldo de alguns milhões. A matéria saiu na edição impressa da revista. Obviamente, fiquei muito feliz com a notícia, assim que possível, irei ao banco para confirmar a posse desta conta, resgatar o dinheiro e notificar à Receita Federal.

Espero que seja verdade, como trabalhei em muitos clubes fora do Brasil, é possível que tenha sobrado algum rendimento que chegou a essa quantia. Estou me sentindo um ganhador da Mega Sena, só que do meu próprio honesto e suado dinheiro.

O que há de estranho nisso é a informação da revista de que a aplicação seria de 2013. Certeza que eu não fiz nenhuma aplicação no período recente. Também não recebi nenhuma notificação do Ministério Público a respeito. Mas como se trata da revista Veja, se a informação estiver errada, não será uma surpresa.

Essa mesma matéria diz, por exemplo, que eu desfilo de Ferrari pelas ruas do Rio, algo impossível já que o carro já não se encontra na cidade há alguns anos. A saber, o veículo foi comprado em 2004. O repórter diz ainda que eu teria negociado com meu partido, o PSB, o pagamento do aluguel da casa onde moro no Lago Sul, como uma forma de compensar minha refiliação a legenda. Essas e outras mentiras costuram o enredo de uma farsa. Coisa que a revista tem expertise em fazer.

Se vocês lerem a matéria, perceberão que não há uma fonte sequer identificada de acusações contra mim. Vale informar que durante as eleições do ano passado, essa mesma cretina revista tentou publicar essa matéria contra mim, com claras motivações políticas.

A matéria não saiu, na época, por falta de consistência. Não é de suspeitar que uma semana depois de eu despontar com alto índice de intenções de votos para a prefeitura do Rio, a publicação tenha sido resgatada com este fato novo da conta na Suíça.

Difícil é esperar credibilidade de uma revista como essa, que vende capa.
Espero que, pelo menos, a conta seja verdade. Porque dinheiro honesto, ganho com muito suor, não faz mal a ninguém.

Bom lembrar que problemas financeiros todo mundo tem e os meus sempre foram com recursos privados, nunca nada com R$ 1 de dinheiro público.

Ademais, podem atacar, mas eu continuarei presidente da CPI do Futebol e imbuído de vontade de moralizar o futebol brasileiro.

Sobre o meu futuro político, nada vai tirar meu foco!
Aos meus concorrentes, minhas pretensões se fortalecem com matérias como essas.
Aos repórteres que assinam mentiras, nos vemos na justiça.”

Por trás de todo o bom humor e rancor, as explicações de Romário precisam ser mais transparentes e convincentes. A denúncia da revista Veja foi um golpe tão pesado quanto inesperado. A denúncia se espalhou pelo mundo todo.

O senador teria uma aplicação no banco suíço BSI. O total chegaria a R$ 7,5 milhões. Feitos os investimentos teriam começado em 2013. E não constavam na declaração de renda quando ele concorreu e ganhou a vaga de senador do Rio de Janeiro.

A partir de cem mil dólares, R$ 335 mil, em um banco no Exterior, o dinheiro precisa estar registrado no imposto de renda. A quantia apresentada no extrato que a revista conseguiu é de 2,5 milhões de francos suíços, cerca de R$ 7,5 milhões.

Romário é o presidente da CPI da CBF. Promete investigar todo o dinheiro gasto na Copa das Confederações, na Copa do Mundo. Os acordos da CBF com patrocinadores. A construção das arenas do Mundial. O quanto as construtoras cobraram. Muitas delas estão envolvidas na operação Lava Jato. Com seus donos presos. O político promete com gente poderosa deste país.

Há um grande interesse na denúncia, por parte da bancada da Bola. Políticos ligados ao presidente Marco Polo e das federações de futebol do Brasil. Esses deputados e senadores adorariam vê-lo desmoralizado. A começar pelo próprio relator da CPI da CBF, Romero Jucá, ligado a Renan Calheiros e Fernando Collor de Mello. Seu adversário declarado.

E também os candidatos à prefeitura do Rio de Janeiro. O ex-jogador da Seleção já se assume como postulante ao posto. Um dos grandes favoritos nas últimas pesquisas. Ou seja, inimigos não faltam.

Romário tem a obrigação de limpar seu nome. Mostrar de onde vem esse dinheiro. Se é seu. Ou foi depositado no seu nome. Ele disse à revista que pode ter deixado algum dinheiro nas contas que deixou na Holanda e na Suíça, quando era jogador. As aplicações começaram em 2013.

É comum neste jogo sujo da política, adversários colocarem dinheiro em nome de rivais só para manchar sua reputação. Se for isso, Romário precisa ir a fundo. Acionar Polícia Federal, Interpol, o que for.

Só não há o menor cabimento a acusação ficar sem resposta verdadeira. Não só ironias, acusações e processos à revista, aos repórteres. É necessário ir muito além.

Romário é visto como um dos último pilares de honestidade no Congresso Nacional. Principalmente nas questões ligadas ao futebol. Ele cansou de chamar Marin, Ricardo Teixeira e Marco Polo de ladrões. Pediu à Dilma intervenção na CBF, revolução no futebol brasileiro.

Por isso tudo, não pode pairar nenhuma dúvida sobre sua conduta.

Ele precisa esclarecer o depósito, esse dinheiro.

É o que muita gente neste país espera, torce e exige.

O senador carrega nos ombros a esperança de milhões de brasileiros.

A esta altura, não adianta parecer honesto.

É preciso provar.

Estamos esperando, Romário…

Coluna do Flamengo

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