Fonte: UOL
Aprovada nesta quinta-feira, a nova fórmula do Estadual do Rio aumenta o número de jogos irrelevantes para os grandes times e os benefícios para as equipes pequenas. Em compensação, os clubes de maior expressão só têm aumento de cotas de TV. Isso ocorre em um cenário em que a dupla Fla-Flu ameaça abandonar o campeonato para disputar a Liga Sul-Minas em briga com a Ferj (Federação do Estado do Rio).
Até 2015, as 16 equipes se enfrentavam em um turno único para decidir quem ia às semifinais. Agora, haverá um primeiro turno com dois grupos (A e B) de oito que jogarão um contra o outro, sem partidas dentro do próprio grupo. Daí, saem quatro classificados de cada lado.
Como são quatro grandes, dois em cada grupo, é bastante improvável que não passem à fase seguinte, o que torna desinteressantes para eles essas primeiras partidas. Na fórmula anterior, todos os jogos valiam para a classificação à semifinal, ainda que a fase fosse longa. Com o grupo de oito classificados formado, serão realizadas outras sete rodadas de todos contra todos até obter os quatro que passam às semifinais.
Em relação às condições financeiras, a Ferj tem mais dinheiro disponível por conta de reajuste no contrato de tv da Globo. Os times grandes tiveram um aumento de R$ 6 milhões para R$ 7 milhões em sua cota, e houve aumento da premiação ao campeão.
Mas foram os pequenos os maiores beneficiados. Além do reajuste de cota, eles passam a ter isenção da taxa de 10% da Ferj sobre bilheteria, ganham R$ 15 mil para pagamento de despesas de arbitragem, e há uma premiação de R$ 10 mil para quem vencer. Grandes continuam a pagar todos os seus custos.
Dirigentes de Flamengo e Fluminense estiveram na Ferj, mas não votaram no conselho arbitral que determinou a nova fórmula e essas medidas. Vasco e Botafogo aprovaram o novo formato. A federação entende que, com as medidas, aumenta o investimento no campeonato e possibilita aos clubes terem times mais fortes.
Difícil será convencer a dupla Fla-Flu que é mais interessante jogar oito partidas irrelevantes de um turno no Estadual do que pegar fortes times do Sul e Minas Gerais. A reunião para a competição regional ocorre nesta sexta-feira quando serão apresentados seus planos financeiros. Quando deveria tentar atrair seus protagonistas de volta, a Ferj e os outros times fizeram questão de esfolá-los ainda mais.
A questão é que a briga não será só financeira, mas política. A CBF tem o poder de decidir se aceita a liga. Se topassem, teria de ser engolido pela Ferj. Mas a confederação não se mostra propensa à ideia com as reclamações de federações. Só que há em boa parte dos clubes, cada vez mais, a intenção de buscar seus interesses e não os dos outros.