Mais uma vez, entregamos de bandeja

Fonte: Notícias Rubro-Negras

Já cansou essa história do Flamengo ficar entregando jogos fáceis, que estão na mão, principalmente em casa.

Mais uma vez, terminamos o primeiro tempo ganhando do Santos, por 2 x 0, em pleno Maracanã e deixamos os caras empatarem, no segundo tempo.

Uma decepção para mais de sessenta mil pessoas que lotaram o estádio, fora os quase quarenta milhões de rubro-negros espalhado por esse Brasilsão afora.

Entregamos o jogo de bandeja.

Isso é inadmissível!

No primeiro tempo o Flamengo dominou, martelou e só foi fazer o primeiro gol aos 40 minutos, com uma bomba que o Alan Patrick soltou de fora da área, no ângulo da meta adversária.

Um minuto depois, um lançamento de mestre do Canteros para o Emerson Sheik ganhar da zaga santista na corrida (que velocidade, aos 36 anos!) e chutar na saída do goleiro.

Tudo muito bem, tudo muito bom…

Intervalo e, aos 6 minutos do segundo tempo, córner para o Peixe. Bola na pequena área e Ricardo Oliveira, sozinho, sem nenhum zagueiro do Flamengo a marcá-lo fez de cabeça.

Some-se à falta de marcação a falha bizarra do Paulo Victor. Bola na pequena área tem que ser do goleiro, ainda mais numa situação daquelas.

Aí vêm os defensores do grande (sem ironia de minha parte) goleiro: “Pô, o cara quebrou a perna, ficou quarenta dias sem jogar e está sem ritmo de jogo”.

Não justifica, pois a jogada foi muito infantil.

Repito: na cobrança de escanteio bola na pequena área é do goleiro.

Depois, aos 27 minutos, Lucas Lima deu um belo chute de fora da área, muito bem colocado e empatou a partida.

Mais uma vez, Paulo Victor falhou. Ele estava bem no lance, em cima da bola e só raspou a mão nela deixando que entrasse.

O chute foi ótimo, mas a bola era defensável. O próprio goleiro rubro-negro provou isso com o seu erro.

Depois disso, bateu o desespero, o Santos amarrou o jogo, perdemos alguns gols e dois pontos fáceis.

Existem culpados?

Podemos dizer que sim…

Já falamos do Paulo Victor.

Podemos também falar do técnico Cristóvão Borges, que insiste em escalar o Márcio Araújo, deixando o Cáceres no banco.

Já fiz a pergunta aqui e repito aos senhores estatísticos: quantas vezes o Flamengo perdeu com o paraguaio em campo? Quando ele joga, é difícil isso acontecer. Ele dá segurança à defesa e não é nenhum estabanado, como esse tal de Márcio Araújo.

Cáceres é um guerreiro incansável e nosso técnico não percebe isso. Só nossos adversários.

Mais uma do Cristóvão: tirou o Alan Patrick, que estava num bom momento para colocar o Gabriel.

O menino baiano tem bola, mas é esquisito. A impressão que dá é que só joga quando está a fim.

Gabriel deve ter levado alguma bronca de “maínha” ou de “paínho” e estava triste. Não jogou nada, estava apagadinho e deixou o Flamengo com outro a menos.

Eu disse outro a menos porque o Guerrero não jogou absolutamente nada.

Não estou dizendo que ele não se esforçou, não se deslocou, mas não jogou porra nenhuma.

Guerrero em sua única boa jogada
Na única boa jogada que fez, quase marcou o gol. E foi só.

Se tivesse marcado, bastaria.

Não precisava ter jogado bem mesmo. Ninguém (nem eu) iria falar que ele não jogou nada.

Afinal, Guerrero está em campo é para fazer gols.

O Guerrero é um jogador que sabe se colocar, tem velocidade, raça, inteligência, segura bem a bola na frente, finaliza como poucos, sabe dar bons passes aos companheiros, mas tem um defeito que o prejudica: ele não sabe driblar.

Vamos admitir que ele não é perfeito, apesar de estar bem acima da média de quase a totalidade de nosso elenco.

Basta o zagueiro ser malandro, encostar nele, pressionar, que o Guerrero vai tentar o drible e vai ser desarmado, até com certa facilidade.

Vimos este filme neste e em outros jogos. Só que nos outros jogos, ou ele marcou ou deu o passe para o gol de um companheiro.

O Cristóvão precisa armar o time de maneira que a defesa adversária fique mais espalhada, para que o Guerrero possa ter espaço para se movimentar e receber o passe em boas condições de finalizar.

Hoje, infelizmente, o peruano foi um desastre.

Outro que foi mal foi o lateral-esquerdo Jorge, que vinha se destacando nas partidas passadas.

Quem se salvou?

Pra variar, Emerson e Everton, além de Alan Patrick e Canteros.

O resto… Foi o resto…

O Cristóvão deixou o campo xingado pela galera.

Paschoal Ambrósio Filho

Coluna do Flamengo

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