Teoria da evolução

Fonte: Torcedor do Flamengo

Demos mole mais uma vez. Maracanã lotado, primeiro tempo avassalador, dois gols de vantagem na ida para o vestiário… E tudo meio parado em campo no retorno para o restante do jogo. Pelo menos até o segundo gol do Santos. Depois dele, mais uma tentativa de ajeitar as coisas e sair com a vitória. Daí já era tarde.

Mas… Porém… Não obstante… Opinião do Cristóvão, de alguns jogadores que deram entrevista, de nove em cada dez membros dos meus grupos rubro-negros de whatsapp, minha, provavelmente da Ronda, e também dos Azuis que não estiverem momentaneamente na oposição… ESTAMOS EVOLUINDO. Falei que é minha opinião de deboche não. Mas só pra rolar uma auto-crítica e um pouco de vergonha na nossa cara, na de todos nós, vamos combinar uma coisa: Que diabo de evolução lenta essa nossa. O campeonato quase na metade, a gente fazendo um rolo atrás do outro e botando uma enorme máscara na frente dessa modorrenta e eterna meiúca de tabela, com os dizeres piscando em neon: ESTAMOS EVOLUINDO… ESTAMOS EVOLUINDO… ESTAMOS EVOLUINDO… E TA OS EV LUI DO.

Do jeito que as coisas vão, atingiremos o ponto ideal lá pela rodada de número 52 das 38 que compõem o campeonato para todos os clubes, menos para o fluminense, que sempre que necessário descola uma rodada de número 39 a ser disputada nos tribunais.

Pior que essa porra de ganhar em casa era um ponto forte nosso não faz muito tempo. Bem… De qualquer forma nem dá pra reclamar muito. Se o nosso desempenho fora de casa não estivesse também anormal se comparado a outras temporadas, a situação ia estar uma lástima.

Talvez tudo esteja evoluiNDO demais e tenhamos ficado aprisionados por esse gerúndio eterno. Evoluindo, avançando, melhorando. Nem vou falar nada da diretoria, que mais uma vez inventou de resolver a vida bem depois do início da temp… Agora já falei.

Sobre o jogo em si, eu bem que desconfiei e falei pro meu filho que não sabia de onde o povo ia tirar fôlego para o segundo tempo com aquela pegada toda da primeira etapa. Pior que nem carecia de fazer tudo de novo. Era dar uma cadenciada, esperar o Santos se expor e atacar na boa. O que ninguém esperava mesmo (tá… a gente sabe que sempre acontece) era todo mundo dormindo no retorno do vestiário.

Sobre a nossa tão cantada em prosa e verso evolução, tem umas coisas aí que não tão nessa não, né? A zaga tá evoluindo? Sei não. O Cristóvão tá evoluindo? Apesar de ter achado injusto o achincalhe ao Lula Molusco no fim do jogo, também não vejo essa melhora toda. E… E o Gabriel? Sério. O treino desse rapaz deve ser a coisa mais poética e fodarástica do universo desportivo. Domingo só fez rolo depois que entrou. Do meu lado tinha um moleque quase tendo um colapso nervoso aos gritos de “Gabriel…” e um sem fim de termos chulos.

A Nação Rio, essa sem gerúndio nenhum, evolui a olhos vistos. Enchendo um jogo após o outro. Levando na cara outras tantas vezes, mas sempre lá, como é o nosso papel. Tem sido tão presente, mas tão presente, que os Smurfs pra retribuir já estão querendo vender uma certa pá de mandos de campo por 30 dinheiros. A gente até reclama aqui, mas dado esse nosso desempenho pífio atuando em casa, nem dá pra argumentar com tanta ênfase.

Bem… Prossigamos. Continuemos evoluindo. Ainda que estacionados na Terra Média da tábua de classificação.