Há não menos de duas semanas, Cristóvão Borges disse que o time do Flamengo estava perto de jogar conforme ele sonhava – marcando quase que obsessivamente e trocando passes em direção ao gol adversário, para ficarmos numa explicação simples.
Contra o Grêmio esteve um pouco assim; contra o Goiás, nem um pouco, apesar da vitória. Contra o Santos, esteve um pouco mais próximo do desejo do treinador, embora tenha cedido o empate. Contra a Ponte Preta, o domínio foi total, até que um cruzamento na área e um cabeceio torto selaram uma derrota daquelas amargas. Ontem, contra o Atlético Paranaense, ao que parece, tudo correu conforme o sonho de Cristóvão.
Com Emerson Sheik no comando de ataque, Allan Patrick como uma espécie de volante-nem-tão-volante e o estreante Ederson, Flamengo teve posse e iniciativa, marcou o Atlético Paranaense o quanto foi possível e mostrou uma superioridade em casa que parecia ter se perdido ao longo do tempo (a de ontem foi apenas a terceira vitória como mandante).
A pergunta que fica, e sempre fica uma pergunta, mesmo depois de uma vitória como a de ontem, é se o Flamengo seguirá jogando como jogou, como sonha o treinador, de maneira convincente, competitiva etc. e tal.
Um ensaio de resposta seria sim, vai. Nas próximas duas semanas, tendo o primeiro confronto com o rival nas oitavas da Copa do Brasil e dois jogos dificílimos pelo Brasileirão (Palmeiras, em SP, e São Paulo, no Maracanã), o Flamengo tem três ótimas oportunidades de consolidar o futebol competitivo dos jogos anteriores e sair do marasmo, dessa vibe errada em que racismo disfarçado e descontentamento se misturam e não colaboram para absolutamente nada.
Fechado com Cristóvão? Pode crer.
Fonte: Deixou chegar / ESPN