Brincando de sonhar

 

Mais uma vez, o Flamengo consegue fazer o que sempre se duvida, mas que sempre se alcança: levantar a esperança da torcida. Em nossos momentos mais pessimistas, quando achamos que nada mais vai dar certo e já pensamos nos próximos anos e nos próximos campeonatos, eis que ressurge uma força que nos joga de volta para a realidade do momento e que, por um instante, nos faz relembrar que não somos nada mais, nada menos, que o Flamengo.

Somos reconhecidos – oficialmente por nós mesmos, mas temidamente por todos – como o clube das arrancadas. Foi assim em 2004 e 2005, fugindo de um provável rebaixamento; em 2007, com o salto da zona de rebaixamento à Libertadores; e em 2009, principalmente, com a conquista do Hexacampeonato Brasileiro. Como se pode, então, fazer previsões com a nossa história?

O mais recente levantamento do maior site esportivo do país aponta que o Flamengo sequer tem chances de título, além de apenas 14% de chances de alcançar uma vaga no G4. Falar em título é realmente complicado, pois há uma diferença de 17 pontos entre nós e o líder. Mas, 14% de chances de Libertadores, estando há apenas 4 pontos do quarto colocado? Essa matemática realmente reflete o peso da camisa?

Vamos aos fatos. Faltando ainda 16 rodadas a serem disputadas, teremos 7 mandos de campo: Cruzeiro, Coritiba, Joinville, Internacional, Goiás, Ponte Preta e Palmeiras, além de dois jogos “neutros”, clássicos contra Fluminense e Vasco. Das 7 partidas restantes, enfrentamos Chapecoense, Atlético MG, Figueirense, Corinthians, Grêmio, Santos e Atlético PR fora de casa. Vamos montar um esquema de “obrigações”:

Temos plenas condições de vencer todas as partidas em casa, totalizando 7 vitórias e 21 pontos. Além de ser “obrigação”, todos os nossos confrontos como mandantes são contra equipes de situação razoável/ruim na tabela. Os dois clássicos, apesar de considerar o Flamengo como favorito, são imprevisíveis, e a história recente nos mostra isso. Por essa razão, estipulo que conquistemos um empate em cada jogo – 2 pontos.

Dentre as partidas fora de casa, também é difícil fazer previsões. Vamos enfrentar equipes mais qualificadas, mas ultimamente estamos atuando melhor longe de nossos domínios. Separando entre três grupos de “possíveis vitórias”, “possíveis empates” e “possíveis derrotas”, temos, no primeiro, Chapecoense e Figueirense; no segundo Santos e Atlético PR; e no terceiro Atlético MG, Corinthians e Grêmio. Seguindo a regra, alcançaríamos algo em torno de 8 pontos nesses 7 jogos.

Pois bem, de acordo com esse breve levantamento, conseguiríamos 31 pontos nas 16 rodadas restantes. Assim, terminaríamos o campeonato com 63 pontos, que, segundo a própria UFMG, nos garantiriam em 92% a classificação à Libertadores. Não se trata, entretanto, de assegurar essa soma, alguns acreditam que vacilaremos em casa e não alcançaremos tal feito, e outros acreditam em uma arrancada que envolva vitórias fora de casa contra Corinthians e Atlético MG, por exemplo, com voos mais altos.

O meu objetivo aqui, porém, não é estabelecer a obrigação de nos classificarmos a Libertadores, o que é absolutamente possível. Meu ponto é demonstrar a importância de nossos jogos dentro de casa, já que enfrentaremos equipes médias, onde as nossas arrancadas ganham força. Quando a torcida comparece e apoia, e quando a fase é boa, nós sabemos que até peladeiro vira artilheiro. Por essa razão, fui pessimista com as partidas como visitante (8 pontos em 7 jogos) e nos clássicos (2 pontos em 2 jogos). O G4 está logo ali, e nó dependemos de nós mesmos.

E ai, Nação, vamos comprar essa briga? O Flamengo chega ou não no G4?

Rodrigo Coli

rodrigo.coli@colunadofla.com

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  • Ganhando domingo do fluminense e quinta do cruzeiro, a confiança dos jogadores pode chegar a um nível tal qual aconteceu em 2009, pois, basta acreditar e ter confiança, este time atual depende muito de uma melhora da parte defensiva, acertar posicionamento, marcação, etc, isso acontecendo e não tomando gols bobos podemos alcançar o que quisermos.