Coluna do Torcedor #11: ‘Flamengo, uma paixão do tamanho do Brasil’

Flamengo, uma paixão do tamanho do Brasil

Muito se tem falado sobre a derrota para o Coritiba em Brasília. Muitos colocam na conta da torcida ou do estádio. Na mesma linha, leio inúmeras exaltações ao Maracanã, à torcida carioca/fluminense etc.

A impressão que fica é que o Flamengo é do Rio, que, no Maracanã, o Fla é imbatível e que o comportamento da torcida rubro-negra no Rio é sempre exemplar.

Tudo uma grande falácia. Aliás uma perigosa falácia.

O Flamengo é o time de maior e verdadeira vocação nacional. Temos torcedores em todos os estados do Brasil, em muitos deles temos mais torcedores que qualquer time local. Devemos ter orgulho disso, devemos cultivar isso. Aliás, no grande embate com o Corinthians para ver quem tem a maior torcida do Brasil, o resultado final seria uma retumbante derrota caso nós rubro-negros não contássemos com a preciosa ajuda de nossos irmãos rubro-negros de fora do estado do Rio de Janeiro. Pensando no longo prazo, considerando que a natalidade em São Paulo e Rio de Janeiro são das mais baixas no país, e que no Norte e Nordeste a natalidade é maior, o Flamengo cultivar seus torcedores fora do Rio somente vai fazer com que a distância entre o tamanho de torcidas para o Corinthians aumente, reforçando a atual posição do Flamengo de clube com maior torcida do Brasil.

Ou seja, o Flamengo precisa jogar fora do Rio, pelo respeito que devemos aos nossos irmãos rubro-negros off-Rio, por respeito ao papel tipicamente nacional que o Flamengo exerce, que é muito diferente do papel do Corinthians, por exemplo.

Mas os argumentos não param por aí, o mito do Maracanã e da torcida rubro-negra local fazerem o time imbatível não é lá muito comprovado nos últimos anos. Parece que tem gente esquecendo alguns eventos importantes que aconteceram no Maracanã, tais como:

. Flamengo 0 x 2 Santo André – decisão da Copa BR 2004, 72 mil pessoas no Maraca, Flamengo com vantagem no jogo da ida e acontece a primeira grande zebra nas finais da Copa BR;

. Flamengo 0 x 3 América-MEX – Libertadores de 2008 – 51 mil pessoas no Maracanã, vantagem bem construída no jogo de ida, time jogando bem na fase de grupos da Liberta e do Carioqueta e o resultado final, uma eliminação catastrófica;

. Flamengo 2 x 3 Universidade do Chile – Libertadores 2010 – 62 mil pessoas no Maracanã – Flamengo fica atrás todo o tempo e só fica vivo pro jogo no Chile por um chute salvador do Juan no fim do jogo;

. Flamengo 2 x 2 Bolívar – Libertadores 2014 – 43 mil pessoas no Maracanã – Flamengo vira o jogo e deixa o Bolívar bobamente empatar no final do jogo;

. Flamengo 2 x 3 León – Libertadores 2014 – 60 mil pessoas no Maracanã – Flamengo precisa ganhar do León e termina perdendo, sendo que, em nenhum momento consegue estar na frente do placar.

. E para não deixar passar embranco, vamos lembrar o Brasileirão, vamos logo para o Brasileirão de 2009:

. Fla 0 x 0 Goiás – 84 mil pessoas no Maracanã – Brasileirão 2009 – Em plena arrancada sensacional rumo ao título de 2009, na 36ª rodada, jogando no fim do domingo, já sabendo de todos os resultados, o Flamengo precisava ganhar do Goiás em pleno Maracanã para assumir a liderança do campeonato. O resultado: um empate completamente decepcionante. O vacilo rubro-negro só não é mais grave porque na rodada seguinte o mesmo Goiás ganha do São Paulo no Serra Dourada.

Ou seja, da Copa do Brasil ao Brasileirão de 2009, da fase de grupos da Libertadores às fases de mata-mata são inúmeras vezes em que o Mengão vacila diante da própria torcida no Rio de Janeiro, inclusive na arrancada para o título de 2009.

Vale lembrar que, boa parte de todos esses eventos foi no antigo Maracanã com preços mais baixos, onde a torcida participava ainda mais.

Isso não quer dizer que a torcida brasiliense se comportou como devia. Vaiar jogador aos 30 minutos do primeiro tempo é inaceitável, gritar olé no fim do jogo também não é aceitável, principalmente porque, apesar de ter jogado mal, o time não se entregou em nenhum momento.

Isso também não quer dizer que a torcida do Rio seja exemplo de comportamento. Normalmente à exceção do setor Norte (no qual eu prefiro disparado ir), em muitos outros setores há muitos torcedores que cornetam o time boa parte do jogo, que estão mais preocupados em tirar selfies do que em apoiar o time. Digo isso, pelas várias vezes em que fui no “novo Maracanã” ao longo desses três anos. Normalmente, o faço no setor Norte, mas por vezes para acompanhar amigos que não são ST, ou que torcem por outros times vou no Leste (certa vez até fui agraciado com um ingresso no Maracanã Mais) e posso dizer sem sombra de dúvidas, torcida que apoia o time com constância só no setor Norte, e mesmo assim, às vezes (mas confesso que é exceção) nem ela mesma apoia.

Outro ponto é que o Flamengo mandou seu jogo com o Avaí na Arena das Dunas e ganhou de 3 a 0. E aí? Só serve o Rio? Só o Maracanã Salva? Só a torcida do Rio sabe torcer? Tanto Avaí como Coritiba estão brigando para não cair. Por que deu certo na Arena das Dunas contra um time na parte debaixo da tabela e Brasília não serviu?

Enfim, apesar de eu achar que a torcida brasiliense não mandou bem, continuo defendendo que o Fla faça jogos fora do Rio (inclusive Brasília), principalmente com times de baixo da tabela, seja pela questão financeira, seja pela vocação nacional que o Flamengo tem (aliás tem mais do que qualquer outro time), seja porque há diversos resultados no Maracanã na última década que mostram que o Fla também vacila jogando no Rio de Janeiro, ou porque parte da torcida não apóia tanto o time quanto deveria mesmo no Maracanã.

Enfim, o Flamengo é dos cariocas, fluminenses, catarinenses, paulistas, mineiros, alagoanos, potiguares, amazonenses, candangos, mato-grossenses, enfim de todos os estados do Brasil e todos os lugares do mundo (lembremos da recente invasão rubro-negra no amistoso de basquete contra o Orlando em plena Flórida). O Flamengo é do futebol, do basquete, do vôlei, do judô, da ginástica, do futsal, do futevôlei, do futebol de 7, do futebol de areia, do futebol de botão, da natação, do nado sincronizado, do showball, do pólo, do tênis, do remo e de todos os outros esportes que tenhamos nossos atletas nos representando.

O Flamengo é o clube…é a paixão… do tamanho do Brasil!

Vamos Mengão, apesar do tropeço, estamos juntos do Norte ao Sul do país!

SRN,
Gustavo França Duarte

Mande também seu texto para torcedor@colunadofla.com.

Coluna do Flamengo

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Mayko Priscila Krakeker disse:

18/09/2015 em 23:33

o que tem em comum neses times pipoqueiros citados acima? jogadores mediano,que nunca conseguiram ser protagonistas,aí vem jogar no flamengo,muitas vezes a camisa joga sozinha e a torcida ajuda,aí quando chega numa hora decisiva,acontece esses vexames...time campeão,precisa de jogador campeão,o flamengo dos anos 80 jogavam para 150,16 mil pessoas e ganhavam de 3,4 a zero..taí a diferença.