Bastou um primeiro sinal de recuperação do Flamengo, em 1987, após uma interrupção na sequência de títulos em Brasileiros conquistada pela geração de 80 (1980,1982,1983), com Zico e companhia, para o clube incorporar a sua identidade vitoriosa o espírito do “deixou chegar”. Hoje, contra a Chapecoense, às 16h, o time busca a sexta vitória seguida no campeonato deste ano para se consolidar no G-4 e reafirmar a mística em uma nova arrancada, se não pelo título, pela Libertadores.
A herança dos anos de glória ganhou força depois do improvável pentacampeonato, em 1992, e se consolidou, já na era dos pontos corridos, com a arrancada de 2007, quando terminou em terceiro lugar, e a histórica trajetória do título de 2009.
— A primeira vez que surgiu essa expressão foi em 1987 — lembra o historiador Roberto Assaf: — O Flamengo fez uma primeira fase ruim no Brasileiro, mas se recuperou, voltando a ser campeão. Em 1992, ganhou com uma nova recuperação e o “deixou chegar” voltou. Depois disso, foram 17 anos sem título brasileiro e, em 2009, a campanha mais fantástica de todas eternizou o termo.
Herói de 1992, o maestro Júnior reforça que a mística amenta o elo com a torcida.
— Cria a empatia. É bom que os jogadores que não conhecem a dimensão disso comecem a pensar desse jeito. Vale muito — avisa.
Agora, é não deixar cair.
Conexão com a torcida é ponto chave
A presença do “décimo segundo jogador” é o ponto em comum em todas as arrancadas do Flamengo. A torcida empurrar como empurrou contra o Cruzeiro se tornou marca das reações da equipe no Brasileiro. Mesmo antes da expressão “deixou chegar” surgir, o clima era esse, lembra o ex-jogador Jayme de Almeida.
— Na minha época já tinha isso. O bordão ainda não tinha mas o espirito sempre teve. O Flamengo é muito forte porque tem uma torcida muito forte. Quando dá essa liga, ninguém segura — recorda.
Jayme ajudou a corrigir os problemas da defesa, que sofria muitos gols de bola parada. Hoje, enfim, o Flamengo tem saldo positivo pela primeira vez: dois gols a favor. Para a sequência da competição, a equipe ainda enfrenta os líderes Corinthians, Atlético-MG e Grêmio fora de casa, e precisa, como em 2009, vencer os adversários diretos para sonhar com algo mais.
— Se você olhar para o todo, é amedrontador — disse Oswaldo de Oliveira, que pode igualar a melhor sequência de vitórias do Flamengo, de 1978 e 1982, com seis seguidas. O técnico reconhece o reforço da torcida.
— Aquele “Vamos Flamengo” é muito forte, mexe com a gente, imagina o jogador.
Ederson volta na ausência de quatro titulares
O teste de qualidade para o elenco do Flamengo continua com a lista de desfalques ainda grande para o jogo contra a Chapecoense. Machucados, os titulares Guerrero, Emerson Sheik, Wallace, além de Alan Patrick, suspenso, são as baixas de hoje.
Os retornos de Canteros, Márcio Araújo e Everton amenizam as perdas na defesa. No entanto, o ataque não terá o mesmo poder de fogo. Sem os três principais jogadores, o camisa 10 Ederson terá a responsabilidade de voltar ao time após contusão e ser o protagonista.
Na defesa, Cesar Martins ganha nova chance, enquanto o meio-campo pode ter ou Ederson ou Luiz Antonio no lugar de Alan Patrick. A linha de frente perde em experiência, mas ganha em velocidade e juventude. Além de Everton, Paulinho e Kayke completam o ataque.
— A gente tem elenco. Guerrero é importante, mas todos sabem que outros podem entrar bem, como o Kayke, e suprir a ausência — defendeu Samir.
Números das arrancadas nos pontos corridos
Em 2007, na 24° rodada, o Flamengo tinha 35 pontos, e ocupava a oitava posição. O líder era o São Paulo com 51. O Flamengo arrancou e terminou em terceiro lugar, vencendo confrontos diretos com São Paulo, Grêmio, Cruzeiro e Santos.
Em 2009, o Flamengo tinha 36 pontos, ocupando a oitava posição. O líder era o Palmeiras, com 44 pontos. O time venceu os confrontos diretos com São Paulo, Palmeiras e Atlético-MG.
Em 2007, o Flamengo teve um aproveitamento de 50% no primeiro turno e de 56% no segundo turno. Em 2009, pulou de 50.9% para 66%. Em 2015, fez 40% no primeiro turno e até agora tem 100% no segundo turno.
Fonte: Extra
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Vamos Flamengo!
é melhor o Ederson sai jogando e jogar até quando ele aguentar, se ele entrar e se contundir será 2 substituições queimadas, e isso faz diferença, SRN